Era para ser um domingo como qualquer outro, mas no dia 17 de dezembro de 1961 uma tragédia marcou a história de Niterói, Região Metropolitana do Rio. Durante uma apresentação do Gran Circus Norte Americano, um incêndio tomou conta de todo o espaço, deixando um total de 503 pessoas mortas.
Montado na Praça dos Expedicionários no Centro do município, o circo contou com um público de aproximadamente 3 mil pessoas naquela tarde. Desse total, mais da metade ficou ferida. O ato teria sido uma ação criminosa por parte do funcionário Dequinha, segundo autoridades da época. Ele foi condenado a 16 anos de prisão.
A Lilian estava na plateia naquela tarde. Ela só conseguiu se salvar porque acabou se perdendo da amiga e dos parentes dela, escapando de forma inusitada.
“(Gritaram fogo) e ficou uma correria danada. Todo mundo estava tentando sair pelo mesmo lugar. Acabei me perdendo e saindo do circo em cima de um elefante, por incrível que pareça”, relata.
A Edna e a família só não estavam lá porque os ingressos já tinham esgotado.
“Nós saímos, chegamos até lá e quando meu marido tentou comprar o ingresso, não havia mais nenhum para o horário de 14h, só para às 16h. Ele achou muito sacrifício ficar com seis crianças no sol até o horário. Então voltamos para casa para ir (ao circo) no outro dia. Foi quando eu estava vendo televisão e logo depois vi a reportagem sobre o incêndio”, conta Edna.
HISTÓRIA DOCUMENTADA
Nos 60 anos da tragédia, o livro “O espetáculo mais triste da terra - o incêndio do Gran Circus” é relançado nesta sexta-feira (17). A obra conta detalhes sobre o ocorrido com entrevistas e relatos exclusivos.
“Foram mais de dois anos (escrevendo o livro). Mais de 150 entrevistas para recuperar essa história. É uma história de muita dor, mas ao mesmo tempo de muita solidariedade, muito heroísmo”, afirma o autor do livro Mauro Ventura.