O Corpo de Bombeiros conseguiu controlar, depois de 24h, o incêndio no aterro sanitário de Teresópolis. A fumaça tóxica ainda cobria a cidade da Região Serrana do Rio na manhã e parte da tarde desta terça-feira (27). Motoristas não conseguiam enxergar quase nada em alguns pontos da BR-116.
A população passou boa parte do dia usando máscaras por conta do cheiro forte da fumaça. Noemi da Conceição, moradora de Teresópolis, acredita que vai precisar de um médico por conta dos sintomas.
“Estou sentindo falta de ar desde ontem. Já era para eu ter ido para o médico, mas como o hospital já está cheio, a gente aguenta até onde pode. Piorou hoje, com essa fumaça (...). Quero procurar um hospital, estou preocupada. Não só comigo, mas com a população toda, né? Com os idosos, com as crianças”, lamenta.
Talita Rosa, aposentada e moradora da cidade, também teve sintomas.
“Eu fiquei com rouquidão, comecei a tomar uns remedinhos e melhorei. Mas o meu neto, de 24 anos, ficou com falta de ar. Ele teve que sair do serviço e ir em casa para pegar a bombinha, ele tem bronquite ”, disse Talita.
O filho dela, Jonatas Silveira, relata que se assustou com a fumaça.
“Quando acordei, pensei que fosse um nevoeiro, né? É comum ter muito nevoeiro aqui, estava aquela escuridão, um cheiro forte de fumaça (...). Fiquei preocupado, o cheiro estava insuportável”, contou o barbeiro.
Desde ontem (26), 14 escolas e seis creches municipais estão fechadas. Segundo a prefeitura, as causas do incêndio estão sendo investigadas, mas tudo indica que o ato foi criminoso.
Agora, a preocupação é com as consequências da fumaça inalada. De acordo com o pneumologista Arthur Vianna, o fogo no aterro sanitário causa danos graves à saúde, por conta das substâncias liberadas durante a queima.
“O incêndio desse líquido biológico, que é o chorume, leva não só a danos ao próprio solo, mas à liberação de uma série de substâncias nocivas ao organismo, especialmente o chumbo, o mangânes e o mercúrio. O mais importante é tentar evitar o contato com essas áreas acometidas e, se não for possível, sempre usar máscara no seu próprio domicílio. É importante voltarmos, especialmente nessa região, a usar máscaras para se proteger dessa fumaça tóxica”, explica.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.