Inspetor-chefe da Secretaria de Transportes de Niterói é afastado após operação

Ele é investigado por chefiar esquema que cobrava propina de motoristas de van.

Marcus Sadok

A Polícia Civil investiga se mais servidores da Prefeitura de Niterói fazem parte do esquema de propina cobrado a motoristas de vans da cidade da região metropolitana do Rio. Um operação, nesta quinta-feira (17), apreendeu mais de 400 mil reais na casa do inspetor-chefe da Secretaria de Transportes do município. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao investigado e outros envolvidos no esquema.

Na casa de Wagner Pereira dos Santos, os agentes também apreenderam uma arma e um distintivo falsos.

Segundo o delegado André Neves, era com esses objetos que Wagner ameaçava as vítimas.

“Um distintivo similar é utilizado pelos órgãos fiscalizatórios da Polícia Civil, Polícia Federal. Um distintivo similar a esse com o símbolo da agência que fiscaliza a questão de trânsito", afirma.

Imagens encontradas no celular de Wagner mostram que depois de recolher dinheiro ele ria e debochava em grupos na internet.

Segundo a Prefeitura de Niterói, Wagner é servidor concursado desde 2005. No entanto, depois que a operação foi deflagrada, ele foi afastado em uma edição extra do Diário Oficial do Municipio.

A investigação começou depois de uma denúncia anônima. Os policiais descobriram que os próprios servidores que deveriam fiscalizar os motoristas de van em Niterói, na verdade, cobravam propina para que eles pudessem usar o terminal rodoviário sem risco de multas.

As investigações apontam que o pagamento de propina aos servidores da prefeitura era semanal. Toda sexta-feira, deveriam ser pagos entre 30 e 100 reais. Como todos os motoristas de van são obrigados a pagar esses valores, essa quadrilha movimentaria pelo menos quarenta mil reais por mês.

Em nota, a Prefeitura de Niterói afirmou que “não tolera esse tipo de postura e de prática e está a disposição para colaborar com as investigações”.

Ainda segundo o comunicado “será aberta uma sindicância interna, para apurar as denúncias que, se confirmadas, resultarão na demissão do servidor e eventuais outros envolvidos”.

A Band Rio não conseguiu contato com a defesa de Wagner.