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Justiça nega pedido de prisão do homem que atirou em atendente de fast-food

Imagens de câmera de segurança mostram Paulo César de Souza Carvalho, militar do Corpo de Bombeiros, atirando contra o funcionário do estabelecimento

Felipe de Moura*

Paulo entrou armado no estabelecimento para atirar contra Mateus Reprodução
Paulo entrou armado no estabelecimento para atirar contra Mateus
Reprodução

A Justiça do Rio negou o pedido de prisão temporária contra Paulo César de Souza Albuquerque, militar do Corpo de Bombeiros e autor do disparo que atingiu a barriga de Mateus Domingues Carvalho, atendente de uma lanchonete de fast food na Taquara, na Zona Oeste do Rio. O caso ocorreu na madrugada de hoje (9).

Na decisão, a juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz alegou que apesar de Paulo ter sido identificado por fotos e vídeos de redes sociais, não foi esclarecido no inquérito de qual forma essas imagens foram obtidas. Segundo a magistrada, a prisão temporária é uma medida “excepcionalíssima” e que deve ser usada apenas quando houver elementos concretos.

As imagens das câmeras de segurança do local mostram o momento em que o militar sai do carro, uma Mercedes, e começa a discutir com o atendente por uma cabine do drive-thru. Paulo agride Mateus com um soco, que revida com o mesmo golpe.

Em seguida, mesmo com certa resistência de um homem, o militar consegue entrar na loja armado. Revoltado, ele vai atrás do funcionário.

Logo depois, Paulo atira e Mateus cai no chão. Assustada, uma funcionária leva as mãos à cabeça e começa a correr. Após o disparo, o militar sai do estabelecimento e volta para o Mercedes.

De acordo com a Polícia Civil, Paulo vai responder por tentativa de homicídio. O motivo da confusão teria sido um cupom de desconto. Mateus de 21 anos, está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, também na Zona Oeste. Ele teve que retirar o rim esquerdo e parte do intestino.

“Ele mora aqui há cinco anos, ele é de Minas Gerais, eu também sou. Nem procurei saber da confusão, só quis saber dele mesmo, do estado de saúde dele. A gente fica com aquela sensação de impunidade. Agora é esperar a polícia para ver o que eles vão resolver”, disse Marcela Costa, tia do Mateus.

De acordo com informações iniciais, o militar teria feito o pedido no drive-thru, mas só informou que tinha o código de desconto no fim do atendimento. Quando Mateus teria explicado que já não poderia aplicar o cupom, o cliente se revoltou.

A Polícia Civil ouve testemunhas e analisa imagens de câmeras de segurança. Na manhã de hoje (9), uma funcionária do estabelecimento esteve na delegacia com o equipamento onde estariam armazenadas as imagens.

Em nota, o McDonald’s informou que “lamenta profundamente o ocorrido” e informou que prestou socorro imediatamente ao funcionário, que foi levado para o hospital pela polícia. A empresa afirmou ainda que tem dado “suporte para os familiares” e que colabora com as investigações. 

Também em nota, Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) informou que “o comandante-geral da corporação, coronel Leandro Monteiro, determinou a suspensão imediata do porte e posse de armas do militar, além da instauração de um inquérito policial militar para apurar a conduta do profissional e a abertura de um conselho disciplinar”.

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco