Até o momento, 33 pessoas foram presas em duas operações que estão sendo realizadas pela Polícia Civil nesta segunda-feira (19) nos municípios de Volta Redonda e Barra Mansa, na Região do Médio Paraíba, e em Angra dos Reis, na Costa Verde.
Ao todo, as operações "Cana Brava" e "Kautar" têm como objetivo cumprir 88 mandados de prisão, sendo seis de adolescentes e 97 de busca e apreensão (76 já realizados). Os alvos são integrantes de uma organização criminosa de traficantes que atuam em todo o Rio de Janeiro.
As investigações identificaram que o traficante Tiago “Cachaça”, vulgo “Cabeça”, é apontado como chefe de pontos de vendas de drogas. O principal fica localizado no bairro Jardim Belmonte, em Volta Redonda, onde conta com um grupo de criminosos fortemente armados.
Por meio de um trabalho de inteligência e monitoramento, os agentes registraram imagens dos bandidos atuando perto de uma escola pública. A Polícia Civil também constatou que a liderança dos traficantes ainda mantinha outros três pontos de vendas de drogas naquela região.
De acordo com a investigação, os traficantes pretendiam invadir outros bairros para ampliar seu território. Para isso, estavam investindo na compra de armamento, como fuzis e granadas. Ao todo, cerca de 150 policiais civis e 70 viaturas de diversas delegacias participam da ação, que tem apoio dos 7° e 4° departamentos de Polícia de Área; Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC) e Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).
Segundo as investigações, os suspeitos de integrarem a quadrilha ordenaram que alguns moradores do Jardim Belmonte, Vale do Paraíba e Padre Josimo, bairros que ficam entre Barra Mansa e Volta Redonda, ocupassem áreas no entorno dessas regiões com o objetivo de "criar uma barreira que impediria ou retardaria a entrada de policiais nas comunidades".
Os moradores que invadiam as regiões eram escolhidos e alinhados com a organização criminosa e tinham como objetivo construir barracos no local, visando passar a imagem de que já havia pessoas ocupando a área.
LUCRO DE R$ 20 MILHÕES
Segundo a polícia, o tráfico de drogas na região movimentou, entre 2020 e 2021, cerca de 350 quilos de cocaína, gerando um lucro ao final da compra de aproximadamente R$ 20 milhões.
A organização também contava com uma advogada, que exercia a função de braço jurídico da facção, e comparecia à delegacia a mando do chefe do tráfico de drogas para coagir ou impedir que presos ou testemunhas revelassem alguma informação que poderia ir de encontro aos interesses da facção.
“Foi desencadeada essa operação e tivemos êxito e, positiva 33 prisões no total. A operação não termina hoje, pois vamos pinçar e prender cada um desses elementos, desses indivíduos”, disse o delegado da 93ª DP que coordena a ação, Luiz Jorge Rodrigues da Silva.
*Sob supervisão de Iago Moreira