Manifestações fazem homenagem ao menino Henry, um ano após crime

Padrasto e mãe, acusados da tortura contra a criança, ainda aguardando o julgamento

Pedro Cardoni (sob supervisão de Natashi Franco)

Manifestantes pedem justiça e esperam que o caso seja resolvido com júri popular TV Band
Manifestantes pedem justiça e esperam que o caso seja resolvido com júri popular
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Um ano após a morte de Henry Borel, de quatro anos, manifestantes organizaram uma manifestação pacífica para prestar homenagem e pedir justiça pelo crime. O ato aconteceu em frente ao Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (8).

"Queremos justiça, não vingança! Eu vejo o sofrimento do pai, um pai que chora, um pai que não dorme. Queremos que venha a júri popular e queremos ter uma resposta concreta de uma pena máxima", afirma Elismar Pereira, uma das manifestantes do local.

Leniel Borel, pai de Henry, permanece na luta por justiça no caso do filho e procura deixar uma mensagem contra a agressão de crianças para os pais e responsáveis.

"Protejam seus filhos, protejam as crianças. A criança precisa ter voz, não é espancando que vocês vão corrigir ou educar. A educação é mais pelo exemplo do que pela agressão", pede Leniel.

RELEMBRE O CASO

Henry foi brutalmente espancado e morto no apartamento em que morava com a mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, o ex-vereador Jairinho, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, dia 8 de março de 2021. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou pelo menos 23 lesões no dia da morte da criança.

Segundo o depoimento inicial do casal, Henry havia caído da cama e foi encontrado desmaiado em seu quarto. Porém, a polícia descartou essa versão pelo fato da causa da morte apresentada pela autopsia ser hemorragia interna no fígado com sinais de violência. Henry também tinha lesões na cabeça, no rim e no pulmão.

A criança havia passado o dia anterior com o pai, Leniel Borel, e as câmeras de segurança do condomínio confirmaram que Henry chegou bem no apartamento da mãe à noite.

Monique e Jairinho estão presos desde abril de 2021, quando as investigações apontaram que o casal era responsável pela morte de Henry.

Ao longo da investigação, casos de agressão contra outras crianças por parte de Jairinho foram divulgados e denunciados, incluindo a filha de uma ex-namorada do ex-vereador. Os investigadores também afirmam que Jairinho tentou usar a influência política para que o corpo de Henry fosse liberado do hospital sem seguir para a autopsia no IML.

O mandato de Jairinho foi cassado no dia 20 de junho de 2021 pela Câmara do Rio, se tornando o primeiro vereador com o mandato cassado na Capital Fluminense.

Na última segunda-feira (7), o pedido de habeas corpus de Monique Medeiros foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). No próximo dia 22 de Março será feita a audiência onde Jairinho será ouvido. Ele permanece se declarando inocente das acusações.