Número de mortes pelas chuvas no estado do Rio cresce

Veja os estragos das chuvas no estado do Rio na última noite (8).

Júlia Zanon*

Número de mortes pelas chuvas no estado do Rio cresce
Rua alagada no Catete, Zona Sul do Rio
Reprodução

Sobe para seis o número de mortos pelas chuvas no Rio de Janeiro. Hoje à tarde, um homem foi encontrado morto em um valão em Neves, São Gonçalo. Em Niterói, uma mulher morreu depois de ser eletrocutada. Karla Santos foi levada para o Hospital de Clínicas do Ingá, mas não resistiu.

Além desses casos, também faleceu uma jovem de 22 anos, na comunidade da Coruja, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A menina foi atingida por um muro e ficou soterrada. Um homem de 82 anos foi vítima de um desabamento no Morro Santo Amaro, no Catete. A informação foi confirmada pela Subprefeitura da Zona Sul do Rio.

Além de José Sirlei, uma menina de apenas dois anos morreu na noite dessa última terça-feira (8), depois de uma casa desabar na comunidade Chácara do Céu, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Além dela, um homem de 27 anos foi atingido por um raio em Saquarema, na Região dos Lagos, e não resistiu aos ferimentos. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas, ao chegar no local, Aroldo Júnior já foi encontrado morto. Ambos os casos aconteceram em meio às fortes chuvas no estado do Rio de Janeiro.

Até às 7h da manhã desta quarta-feira (8) o Corpo de Bombeiros atendeu mais de 240 ocorrências relacionadas às chuvas desde às 17h de terça. Em nota, a Corporação afirmou que dentre os chamados estavam 102 ocorrências de alagamentos e inundações, 66 salvamentos de pessoas presas ou ilhadas, e 45 cortes de árvores. Agentes da Defesa Civil Estadual estão em contato permanente com as Prefeituras, dando suporte quando as ocorrências extrapolam a capacidade de resposta da gestão municipal – o que ainda não aconteceu.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, pediu atenção e afirmou que esta quarta-feira pode ser novamente marcada por problemas relacionadas a pancadas de chuva.

Ontem, a cidade do Rio de Janeiro entrou em estágio de alerta – o quarto em uma escala de cinco. A última vez que o procedimento foi adotado foi em 1º de abril de 2022.

Devido ao forte volume de água, ruas e avenidas ficaram alagadas. O trânsito ficou congestionado nas três principais vias expressas, Linha Vermelha, Linha Amarela e Avenida Brasil. Com os alagamentos, as próprias viaturas do Corpo de Bombeiros tiveram dificuldades de acessar o quartel da corporação na Praça República.

O transporte público também foi afetado. A linha 1 do VLT teve que operar entre as estações Parada dos Navios e Santos Dumont, enquanto a Linha 2 chegou a ser paralisada. A MOBI-Rio informou que, por causa dos bolsões d’água, algumas linhas do BRT também ficaram irregulares. Alguns ramais da Supervia também tiveram a operação interrompida.

O teto do shopping Nova América, em Del Castilho, não aguentou a pressão da água e caiu. Ninguém ficou ferido.

Além da capital fluminense, várias regiões também foram prejudicadas pelas fortes chuvas. Em São João de Meriti, por exemplo, uma casa desabou. Ninguém se feriu. Niterói segue em estágio de alerta e as aulas escolares do município foram canceladas nas áreas mais afetadas. Em São Gonçalo várias ruas ficaram alagadas. Uma família  precisou ser resgatada de barco pelos bombeiros, no Jardim Catarina. Mãe e bebê que tinham ficado ilhados.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a capital, as regiões Metropolitana e Serrana, e as Baixadas Litorâneas apresentam risco geológico alto e muito alto, neste momento. Niterói, São Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, Maricá, Rio de Janeiro, Nova Friburgo e Saquarema são pontos de atenção para deslizamentos.

É alto ou muito alto o risco hidrológico na capital, na Baixada Fluminense, nas regiões Metropolitana e Serrana e nas Baixadas Litorâneas. Os municípios do Rio de Janeiro, de São João de Meriti, Duque de Caxias, São Gonçalo, Niterói, Maricá, Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, Nova Friburgo, Cordeiro, Cantagalo, Bom Jardim, Teresópolis, Araruama, Silva Jardim e Saquarema são pontos de atenção para alagamentos e inundações.

Cinco estações meteorológicas ultrapassaram a média esperada para todo mês de fevereiro no município do Rio. São elas: Méier, Penha, São Cristóvão, Saúde e Laranjeiras. Em menos de 24 horas, o município registrou 70% da chuva esperada para todo o mês de fevereiro.

A análise tem como base as 33 estações do Alerta Rio. Entre 1997 e 2022, foram registrados, em média, 120,4mm em toda a cidade.

*Sob supervisão de Christiano Pinho