Fabrício Barros, motociclista que morreu após ser atingido por uma linha chilena na Linha Amarela, na altura de Água Santa, na Zona Norte do Rio, será enterrado amanhã (3), dia em que completaria 26 anos.
“Ele tava alegre porque tava chegando o aniversário dele. Tinha o salão já preparado, uma festinha pra ele convidar os amigos dele. E hoje só vai ficar na história”, lamenta Wagner da Costa, pai da vítima.
O jovem estava dirigindo a motocicleta quando a linha cortou seu pescoço. Ele carregava uma passageira na garupa do veículo, Gabriela Gomes. A advogada machucou o tornozelo e recebeu atendimento. Ela está em casa, de repouso. Fabrício morreu na hora.
“Eu pulei da moto quando senti a linha encostando, e ele ainda pilotou por mais algum tempo até cair”, disse Gabriela.
A vítima trabalhava como mototaxista durante o dia e, à noite, como entregadora. Segundo o pai, mesmo usando uma antena corta-pipa, o medo de ser atingido por uma linha chilena fazia parte do cotidiano de Fabrício.
“Ele tinha a antena, comprou há pouco tempo. Falava que sempre que passava e via movimento de pipas, colocava a mão no pescoço”.
No Rio de Janeiro, tanto a venda quanto o uso de cerol e linha chilena são proibidos por lei. A multa para quem comercializa esse tipo de material pode passar de R$ 17 mil. Já para quem for flagrado usando, a multa é de R$ 433. Só na Linha Amarela, outros seis motociclistas foram atingidos por linhas de pipa neste ano.
“Você que tá soltando essa linha, no momento que tá soltando é um prazer, enquanto ela tá no alto, mas ela vai descendo tirando uma vida. Hoje eu tô chorando o luto do meu filho, que era pra gente tá comemorando os 26 anos. Como foi na minha casa, pode ser na sua”, concluiu Wagner.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.