'Que manutenção é essa?', questionou primo de vítima do parque de diversões

Isabele Belmonte morreu aos 26 anos depois de ter sido arremessada para fora de brinquedo

Júlia Zanon*

'Que manutenção é essa?', questionou primo de vítima do parque de diversões
Mulher morre em um parque de diversões em Bangu
Reprodução

Um vídeo mostra o momento em que Isabele Belmonte, de 26 anos, morreu na noite deste domingo (19), depois de ser arremessada para fora do parque de diversões, localizado no estacionamento do Bangu Shopping, na Zona Oeste do Rio. De acordo com os familiares, a alavanca que deveria prender os passageiros do brinquedo estava frouxa.

"O próprio delegado constatou que o braço da alavanca soltava. Não tem segurança. Ela não tem nada para prender e ficar fixa, ela só encaixa", disse Valdison Lacerda Cavalcante Costa, primo da vítima.

Outra mulher também ficou ferida. Jadyene de Santana, de 18 anos, era amiga de Isabele e estava sentada ao lado dela no brinquedo. De acordo com a UPA Bangu, onde foi atendida e medicada, a vítima já foi liberada e está em casa bem.

De acordo com familiares, as duas perceberam que a alavanca não prendia e gritaram para parar. Mas, o responsável não atendeu.

"Só parou depois que escutou o barulho. Ele ainda aproveitou quando o brinquedo ficou cheio, pulou da cabine e sumiu. E o parque está ocultando o nome do responsável e o endereço dele", continuou Valdison. De acordo com ele, o mesmo rapaz informou antes que havia manutenção todos os dias no brinquedo. "Aí eu pergunto: que manutenção é essa? Manutenção para matar as pessoas?", concluiu ele.

O irmão de Isabele, Windson Joseph Lacerda Belmonte, disse que foi pego de surpresa quando a tragédia aconteceu.

"Eu estava indo pegar um bolo para a minha sobrinha, que estava tendo festa dos parentes dela, parentes da minha irmã. Aí meu cunhado me deu a notícia, pediu para eu ir até o parque direto. Eu não cheguei a ver o corpo, mas todo mundo passando mal, as pessoas muito tristes. E a minha irmã lá. Não foi retirada, não teve socorro, o socorro que estava no local era do shopping, nem bombeiro dentro do shopping tinha", disse Windson, que aguarda contato com o dono do parque de diversões.

De acordo com os familiares, o shopping foi o único a prestar socorro imediato. Enquanto a tragédia acontecia, o parque funcionava normalmente até a gerente do Bangu Shopping interditar o funcionamento. O local também ligou para o SAMU e prestou auxílio com a ajuda de seguranças. A equipe do Bangu Shopping, em nota, lamentou a morte da vítima e afirmou que vai apurar as circunstâncias do acidente junto ao lojista responsável pelo parque.

O Corpo de Bombeiros informou que, tanto o parque, quanto o brinquedo tinham autorização para funcionar. Mas reforçaram que cabe aos responsáveis legais e técnicos do parque garantirem as condições de funcionamento dos engenhos mecânicos e suas operações e que mantenham perfeitas as condições de operação e funcionamento.

O Super Star Park lamentou o acidente e informou que está prestando assistência à família da vítima, assim como fornecendo todas as informações necessárias às autoridades competentes.

*Sob supervisão de Natashi Franco