Novo corte de orçamento da UFRJ agrava crise da universidade

A Universidade Federal do Rio de Janeiro pode ficar sem dinheiro para pagar serviços como a limpeza e a segurança.

Felipe de Moura*

A UFRJ teve um novo corte orçamentário  Reprodução
A UFRJ teve um novo corte orçamentário
Reprodução

A situação orçamentária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ficará ainda mais grave com novo corte do governo federal no orçamento do Ministério da Educação (MEC) desta segunda-feira (28). A universidade disse que deixará de receber R$ 9,4 milhões.

Ao todo, o MEC terá bloqueado um valor de até R$ 1,68 bilhão do orçamento, sendo R$ 220 milhões das universidades públicas e institutos federais de educação. Com isso, o funcionamento das universidades está em risco, já que serviços básicos como a limpeza e a segurança precisam dessa quantia para continuarem operando.

“Com os cortes orçamentários que aconteceram na tarde de ontem, a situação dessas instituições de ensino fica insustentável. Os recursos estavam sendo utilizados para o pagamento de empresa que já tinham sido contratadas, que prestam serviço de limpeza, segurança”, disse a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho.

Ela também explica porque o pagamento desses serviços é tão importante para a universidade, já que o contingenciamento atingiu a verba discricionária, que é considerada essencial para a manutenção da instituição.

“O não pagamento dessas empresas levará ao desemprego e também o não pagamento desses trabalhadores terceirizados que garantem o funcionamento das universidades. Porque as salas de aulas precisam ser limpas, os laboratórios, os hospitais, os ambulatórios. E precisamos de segurança nesses prédios. Todos esses trabalhadores ficarão sem salário”, complementou a reitora.

Cerca de 900 profissionais que complementam a mão de obra do complexo hospitalar e da Universidade Federal do Rio vão ficar sem receber o salário já no natal, se o novo bloqueio não for revertido.

“A realidade, há muito tempo, é da UFRJ não ter verba para fazer novos investimentos. Ou seja, qualquer obra não pode ser terminada porque não tem dinheiro em caixa para finalizar a obra. Só tem o básico para se manter”, falou o estudante João de Paula.

Por causa do bloqueio, o investimento de cerca de R$ 2 milhões que seria destinado ao Museu Nacional, foi interrompido. Porém, o projeto de reconstrução do museu não será afetado.

“Os projetos de reconstrução do museu nacional seguem. Nós estamos avançando. Uma segunda parte do museu nacional, é que nós também fazemos pesquisa, nós temos a nossa parte de aulas. Então, nesses casos sim, esses cortes nos afetam. E dessa vez um pouco mais porque nós temos uma verba que já estava destinada à complementação de recursos do nosso campus que vamos acabar pagando mais caro. Nós esperamos que isso seja revertido”, explicou Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional.

*Sob supervisão de Natashi Franco