A Prefeitura do Rio lançou, hoje (9), o edital de concessão do Parque Jardim de Alah, na Zona Sul do Rio. A medida foi tomada por conta da dificuldade em manter o espaço público, que atualmente é ocupado por moradores de rua, com grades enferrujadas, gramas altas e lixo espalhado pelo local.
A empresa escolhida no edital investirá R$112 milhões no Jardim, com um contrato de 35 anos. As obras contam com a instalação de restaurantes, estacionamentos de 200 vagas, quadras esportivas e eventos musicais, com estudo de impacto sonoro. A ideia é transformar a área em uma ligação entre os bairros do Leblon e de Ipanema.
Mas a mudança preocupa moradores do bairro, que temem a descaracterização do local por conta da intervenção privada. A presidente da Associação dos Moradores e Defensores do Jardim de Alah, Karin Morton, reforça que a concessão valoriza o local comercialmente, não como uma área de lazer.
“Somos completamente a favor de modernizar, mas dentro do contexto do Jardim. Eu acho que a gente parte de princípios diferentes da Prefeitura: enxergamos essa área como uma área verde entre Ipanema e Leblon. A Prefeitura, como a gente leu na primeira parte do Edital, enxerga essa área como uma extensão de áreas comerciais dos dois bairros”, ela comenta.
A contratação da empresa será oficializada em maio, o que antecipa o início das obras para o segundo semestre deste ano, em junho. O subprefeito da Zona Sul, Flávio Valle, planeja a construção de uma creche para atender moradores da Cruzada São Sebastião, conjunto habitacional popular à Oeste do bairro do Leblon.
“A gente se reuniu com o prefeito Eduardo Paes, e não poderia deixar de incluir a Cruzada São Sebastião. Afinal, ela também faz parte do Jardim de Alah. A nossa proposta é recriar uma creche que há 70 anos existia, aqui nesse espaço, justamente para ofertar essas vagas para a população que mora na Cruzada. E, claro, poder incluí-los nesse grande plano de revitalização”, conta ele.
O subprefeito também falou sobre a preocupação dos moradores com a iniciativa privada, e garantiu que o espaço permanece público para quem quiser frequentá-lo.
“Conceder não significa entregar toda a área para uma empresa. Pelo contrário, o Parque vai continuar sendo público, só que com melhorias. A gente vai ter um investimento de mais de 100 milhões de reais, mais de 60 milhões só nesse primeiro ano da concessão. A gente pretende, além de renovar o parque, aumentar as áreas verdes, ou seja, o tamanho ainda vai aumentar, dando mais possibilidades de áreas de lazer e inclusão de quadras”, conclui Flávio.
*Sob supervisão de Natashi Franco