Obras para retomar trajeto original do Bonde de Santa Teresa devem durar um ano

Empresa que venceu licitação vai realizar as intervenções por R$ 62,8 milhões, segundo Governo do Estado.

Fernando David, Beatriz Monteiro* e João Videira*

Obras para retomar trajeto original do Bonde de Santa Teresa devem durar um ano
Bonde de Santa Teresa
Reprodução | TV Band

As obras para reativar o trajeto original do Bondinho de Santa Teresa devem durar um ano. A estimativa é do Governo do Estado do Rio. A empresa Talmude Conservação Est Pinturas será a responsável pelas intervenções dos ramais Paula Matos e Silvestre. As linhas  ocupam aproximadamente 7 km.  

A companhia ofereceu o menor valor para realizar as obras: R$ 62,8 milhões. O valor é menor que a previsão de investimento, de R$70 milhões. 

Segundo a Secretaria de Transportes e Mobilidade (Setram), as obras de melhorias vão incluir a total reconstrução da via permanente, com a remoção do pavimento, trilhos, placas e outros itens desgastados, que serão substituídos por novos. Também está prevista a reforma da rede elétrica, com a retirada de antigos postes de ferro e a instalação de postes de concreto.

“Nunca estive tão otimista como estou nesse momento com essa grande esperança de ver o bonde novamente circulando por aqui e alegrando nossas vidas”, conta o publicitário e DJ Zod, morador do bairro.

A ideia também é melhorar o sistema de geolocalização, que permite facilitar a execução de reparos. O trajeto do bondinho de Santa Teresa passa por cartões postais da cidade do Rio como os Arcos da Lapa e o Morro dos Prazeres.

A diretora da Associação de Moradores de Santa Teresa comemorou o retorno das linhas desativadas.

“Era a poesia do bairro. Porque é um ritmo mais lento você vive o cotidiano de um jeito menos estressante”, afirma Débora Franco.

O ramal Paula Mattos está desativado desde 2011. Em 27 de agosto daquela ano, um bonde superlotado e sem freios descia a Rua Joaquim Murtinho em alta velocidade quando saiu dos trilhos descontroladamente, tombou e derrubou um poste. Seis pessoas morreram e 57 se feriram. A circulação dos bondes no bairro ficou suspensa até julho de 2015. 

O custo da viagem de bonde é de R$20, o valor é pago na ida e a volta é inclusa. Moradores cadastrados, estudantes da rede pública uniformizados e com vale estudante, pessoas acima de 65 anos estando com o CPF e portadores de vale social não pagam o embarque. As saídas ocorrem com intervalos médios de 15 a 20 minutos. 

A gestão dos bondes é feita pela Secretaria Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana, por meio da Central Logística. De acordo com a Setram 1.500 passageiros são levados ladeiro acima. Em abril de 2012, o trajeto do bondinho de Santa Teresa foi tombado pela sua importância histórica e paisagista. Santa Teresa tem mais de 50 mil moradores. 

*Sob supervisão de Christiano Pinho.