Em parceria inédita com a Receita Federal, a ONG Cabelegria doou 50 perucas para pacientes do Instituto Nacional do Câncer (INCA) nessa quinta-feira (28). As perucas foram feitas a partir de 65 quilos de cabelo que estavam abandonados na Alfândega do Porto de Itaguaí. O material, avaliado em R$ 54 mil, foi doado pela Receita Federal para a Instituição.
“A gente tem buscado a destinação social dessas mercadorias”, afirma o superintendente da Receita Federal na 7ª Região Fiscal, Claudiney Cubeiro.
Cerca de 200 perucas foram produzidas a partir das mechas, e serão enviadas gratuitamente para pacientes oncológicos de todo o País, sendo parte da demanda destinada às pacientes do Rio. O evento contou, ainda, com sessão de maquiagem.
“Eu tô levando (a peruca), eu chego em casa e vou ajeitar. E vou andar linda”, comemora a confenteira Simone William.
A doação possibilitou a fabricação de perucas longas, que têm uma alta demanda, mas dificilmente chegam por meio de doações, pois são necessárias mechas de pelo menos 40cm para fazer perucas mais compridas. Os modelos são confeccionados em diversos tamanhos e texturas, para atender a diversos perfis.
“Isso melhora muito a auto estima dessas pacientes. Dá mais motivação para elas continuarem o tratamento, mais confiança”, destaca a analista de comunicação do INCA.
A Marilu do Prado, de 45 anos, é técnica de enfermagem e tem câncer de mama. Já na primeira sessão de quimioterapia ela começou a perder os cabelos.
“Tô me sentindo poderosa de novo (risos). Eu “senti” um pouquinho porque meu cabelo era bem grande... fiquei um pouquinho chateada, sim (...) o cabelo é só uma questão, o principal é você ficar curada".
A ONG Cabelegria envia perucas de qualquer modelo para todo o Brasil gratuitamente. Os pedidos podem ser feitos através do site da instituição. Já para doar é preciso estar com pelo menos 20cm de comprimento de cabelo. O passo-a-passo completo pode ser conferido no site da Cabelegria.
“Encaminham pelos Correios, deixam nos nossos pontos de coleta, mas a gente também recebe bastante doações de outros locais. De Portugal, dos Estados Unidos”, conta a fundadora da Cabelegria, Mariana Robrahn.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.