O Palácio Pedro Ernesto, uma das construções mais imponentes do Rio de Janeiro, completa 100 anos hoje (21). O prédio da atual Câmara de Vereadores começou a ser construído no final de 1918, e teve as obras concluídas cinco anos depois.
A arquitetura e o alto custo para as construções chamaram a atenção na época: 23 mil contos de réis, mais do que o dobro do valor gasto no Theatro Municipal, que teve um orçamento de 10 mil contos de réis. Os valores fizeram com que o espaço ganhasse o apelido pejorativo de ‘Gaiola de Ouro’.
Alguns motivos contribuíram para o custo excessivo, como a hiperinflação dos produtos por conta do final da Primeira Guerra Mundial, a pandemia da gripe espanhola e uma greve dos operários que aconteceu em 1919.
Criado para ser a sede do Conselho Municipal da Primeira República, o palácio já foi sede da Câmara Municipal do Distrito Federal, da Assembleia Legislativa e virou, em 1977, a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.
“O próprio nome do edifício não é original. O Palácio ‘Pedro Ernesto’ foi falado pela primeira vez em 1951, num debate feito pelo vereador Índio do Brasil, e em 1971 é aprovado pela resolução da Assembleia da Guanabara”, explica Douglas Liborio, historiador da ELERJ.
O nome ‘Pedro Ernesto’ homenageia um médico que foi prefeito do Rio por dois mandatos, e que marcou a história da cidade, que era capital da República, lutando por sua autonomia.
O palácio é formado por 20 espaços. O conhecido plenário Teotônio Vilela, que no ano da fundação contava com 24 cadeiras, hoje tem 51. Assim como a quantidade de parlamentares, a participação popular também aumentou dentro e fora daqui.
A Martha é umas das funcionárias mais antigas. São 42 anos de câmara, e é difícil de pensar em apenas uma história marcante em tantos anos de casa.
“Tenho imenso orgulho de participar da história da Câmara Municipal. O palácio faz 100 anos, e eu faço 42 anos de exercício”, celebra Martha Rodrigues.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.