As palmeiras imperiais da rua Paissandu, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, sofrem por falta de manutenção e preservação. As árvores estão sendo cortadas da região.
A especialista Jenie Garcia da Silva, coordenadora do Laboratório Horto-Viveiro, da UFF, explicou um dos motivos que compromete o ciclo de vida das palmeiras.
“Existe uma ocupação, aqui, de cupins. Isso danificou uma parte da palmeira, então, o que deveria vir, regularmente, é a manutenção, pelo menos a cada seis meses. Se você não previne, acontecem coisas como essas, inclusive com o risco de a árvore cair sobre alguém”.
Gabriel Britto, morador do bairro há quase 40 anos, afirma que, aos poucos, tem percebido o sumiço das palmeiras históricas.
“E o pior de tudo é que a atuação da prefeitura vem no sentido de corte. Corte sem substituição das palmeiras, né?”, lamenta.
No lugar das palmeiras imperiais, outras árvores, como amendoeiras e mangueiras, começaram a compor o cenário, para fazer com que a área verde continue na rua. Para manter a tradição das palmeiras, um dos moradores, identificado apenas como Maurício, plantou uma árvore pagando do próprio bolso.
“Hoje eu tô fazendo do meu próprio bolso, não tenho colaboração da prefeitura, do parque, eles não colaboram com a gente nesse sentido. Mas o que eu puder fazer contando com o Gabriel e com outros moradores que estiverem dispostos eu vou fazer, para manter o valor histórico da rua”, disse.
As árvores da Rua Paissandu foram tombadas pela Prefeitura do Rio em duas ocasiões. A primeira em 1998, pelo valor histórico e paisagístico que representavam, e a segunda em 2016, quando o bairro também foi tombado.
“As palmeiras estão sendo cortadas por frutos de doenças. A gente tem plantas em casa, animaizinhos, móveis, isso tudo precisa ser cuidado, assim como as palmeiras. Se isso não for feito, a rua passará a não ser conhecida por suas palmeiras”, conclui Gabriel.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.