O passaporte da vacina contra a Covid-19 vai deixar de ser exigido no município do Rio. O Comitê Científico recomendou à Secretaria Municipal de Saúde, depois de uma reunião nesta segunda-feira (25), a suspensão do documento em toda a capital.
No seu perfil do Twitter, o prefeito Eduardo Paes postou que "será suspenso o passaporte da vacina por recomendação do Comitê Científico". A decisão se deve ao cenário epidemiológico favorável e estável na cidade.
"Eu não acho correto, o passaporte incentiva as pessoas a se vacinarem, o que aumenta a segurança coletiva da cidade como um todo. O passaporte não só deveria continuar como a fiscalização e exigência dele deveria ser mais rigorosa", disse Bruno Silvestre, carioca e estudante de Jornalismo.
O documento era exigido desde o dia 12 de novembro de 2021 em lugares como estádios, cinemas, teatros, academias de ginástica e locais de visitação turística.
No dia 3 de março, o secretário municipal de saúde na época, Daniel Soranz, disse que a decisão de revogar o passaporte vacinal só seria tomada quando a população maior de 18 anos atingisse de "70 a 80% da faixa etária com três doses". No momento, 62,3% dos maiores de 18 anos receberam as três doses. Mas hoje (25), nove pessoas estão internadas na rede SUS da capital, o que representa apenas 0,1% das internações do município.
"Estamos num ótimo momento epidemiológico. Qual o risco que a entrada de uma pessoa com Covid representa para a população? Para mim, neste momento, a menos que a coisa mude, o risco é muito baixo. Acho que, neste momento, podemos deixar de exigir o passaporte vacinal, mas precisamos manter a vigilância na vacinação da nossa população, principalmente aqueles que ainda precisam da (s) dose (s) de reforço", comentou Tânia Vergara, presidente da Sociedade de Infectologia do Rio de Janeiro.
Em nota a SMS disse que “o Comitê Especial de Enfrentamento da Covid-19 (CEEC), em sua 25ª reunião, recomendou à Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS-Rio) a suspensão temporária da exigência do passaporte vacinal na capital. A proposta foi baseada no atual panorama epidemiológico, que se mantém favorável e estável, e pode ser alterada caso haja mudança neste cenário”.
"Acho que seria importante mantermos a cobrança do passaporte vacinal. Ainda temos pessoas sem vacinas e com doses atrasadas. Temos apenas perto de 50% da população total com dose de reforço (48,8% vacinado), que sabemos ser fundamental para manter o nível de anticorpos. A cobrança do passaporte é uma forma de incentivar essa parcela ainda não vacinada", disse Patrícia Canto, pneumologista da FioCruz.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco