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Pelo menos 30 mulheres podem ter sido vítimas do médico Giovanni, diz delegada

Outras duas possíveis vítimas são ouvidas nesta quinta-feira (14).

Felipe de Moura*

Pelo menos 30 mulheres podem ter sido vítimas do médico Giovanni
Pelo menos 30 mulheres podem ter sido vítimas do médico Giovanni
Reprodução

Pelo menos 30 mulheres podem ter sido vítimas do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, preso em flagrante por estupro de vulnerável na última segunda-feira (11). É o que aponta a investigação da Polícia Civil até o momento. Outras duas possíveis vítimas vão ser ouvidas na delegacia de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Elas foram operadas horas antes do vídeo em que foi usado como prova contra Giovanni.

“Há muitos indícios de que elas tenham sido vítimas, realmente. Porque elas foram operadas no dia 10 de julho, antes daquela vítima que está nas imagens. Já temos as informações de que elas foram sedadas também, possivelmente desnecessariamente”, comentou a delegada responsável pelo caso, Bárbara Lomba.

Com elas, chega a sete o número de mulheres que dizem ter sido violentadas pelo médico, além da gestante estuprada durante o parto, no último domingo (10).

No início da tarde de hoje (14), o governador Cláudio Castro fez uma vistoria no Hospital da Mulher, onde Giovanni foi preso.

"É a primeira vez na história que há um relato desse tipo, é uma situação extraordinária, que choca todos nós, choca a sociedade fluminense. Já conversei com a SES para criar um protocolo de segurança. Isso é uma monstruosidade. Esse episódio tem que servir para que a gente possa combater outros casos", ressaltou Cláudio Castro.  

DESCONFIANÇA GEROU GRAVAÇÃO

O anestesista foi flagrado por um celular escondido, colocado pela equipe de enfermagem dentro de um armário, depois de desconfianças com o tipo de sedação que ele vinha utilizando nos partos. No prontuário apreendido pela polícia, consta que o médico usava Propofol, uma substância que deixa o paciente inconsciente e que é raramente usado em cesarianas.

Renato Sá, vice-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetricia do Rio de Janeiro, relatou que a sedação em cesarianas deve ser a mínima possível.

“Esses sedativos são usados quando você precisa complementar a anestesia, por exemplo, quando você tem uma falha de bloqueio no final da cesariana. A ideia é que essa sedação seja o mais leve possível, você aprofunda de acordo com a necessidade, sempre considerando que deve-se usar a menor quantidade de medicação possível, pelo menor tempo possível. O ideal é que a mãe se sinta sedada o mínimo possível para que ela possa cuidar do bebê nas próximas horas”, explicou Renato Sá.

O registro profissional de Giovanni foi suspenso provisoriamente pelo Conselho de Medicina do Rio. O médico está preso preventivamente desde terça-feira (12), no presídio de Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.

*Estagiário sob supervisão de Beatriz Duncan