Um pinguim foi visto na Praia de Charitas, em Niterói, na tarde de terça-feira (14). Com a chegada do inverno, a aparição do animal nesta é comum, já que muitos animais aquáticos migram para regiões mais próximas ao Equador para fugir dos altos níveis de resfriamento da água no Hemisfério Sul.
O canoísta Rodrigo Rodrigues, que fez o flagrante, conta que se aproximou para ver se o pinguim estava precisando de resgate.
“É comum nessa região encontrar não apenas pinguins, mas tartarugas e outros pássaros precisando de ajuda, porque às vezes, os animais ficam agarrados a alguma rede. Quando eu me aproximei, vi que o pinguim mergulhou e que estava bem, então deixei ele quietinho”, conta o esportista.
Segundo o biólogo ambientalista Marcello Mello, a espécie que costuma aparecer no litoral do Rio é o pinguim de Magalhães.
“De junho a outubro, as águas na região das Malvinas e da Patagônia, na Argentina, ficam muito geladas e com escassez de alimentos”, explica o especialista.
Por falta de conhecimento, muitas pessoas que encontram com pinguins em praias colocam os animais em geladeiras, no gelo ou debaixo do chuveiro, para mantê-los em um ambiente gelado. A bióloga Suellem Santiago, do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, alerta que a prática é incorreta e pode provocar a morte dos animais.
“Os animais que migram até o litoral do Rio, chegam muito debilitados. Eles já estão bem cansados, bem magrinhos, bem hipotérmicos. A orientação é manter os animais aquecidos e não tentar alimentá-los até a chegada da equipe”, orienta Sullem.
Especialistas aconselham o acionamento do IBAMA em caso de aparecimento de pinguins em praias do Rio. O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos também pode ser acionado para realizar o resgate, pelo telefone 0800 999 5151.
*Estagiária sob supervisão de Natashi Franco
