A Polícia Civil confirmou, nesta quinta-feira (9), que os meninos Lucas Matheus, Alexandre da Silva e Fernando Henrique, que desapareceram há cerca de um ano em Belford Roxo, foram mortos após sessão de tortura.
Os três garotos foram condenados pelos criminosos por causa de um suposto roubo de passarinhos. A sessão de tortura foi tão violenta que um deles morreu em decorrência da surra, e por conta disso, os outros dois acabaram sendo executados também.
“Em razão da subtração do passarinho do tio do “Estala” (Willer Castro da Silva, um dos líderes do tráfico da comunidade), de uma forma bem velada ali na comunidade, eles agrediram as crianças. Exageraram com uma das crianças. Aquilo resulta na morte dessa criança e eles acham que a solução para aquele problema seria executar os outros dois”, afirmou o delegado Uriel Alcântara.
Uma operação com 250 policiais e apoio de blindados, cumpriu 31 mandados de prisão na comunidade do Castelar, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, para concluir o inquérito da morte dos meninos. Quinze pessoas já haviam sido presas anteriormente e mais dezesseis foram detidas na ação de hoje.
Ao todo, cinco pessoas foram indiciadas por participação nas mortes. Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, uma das lideranças do Comando Vermelho, que está foragido; Ana Paula da Rosa Costa, conhecida como “Tia Paula”, Willer Castro da Silva, vulgo “Estala”, e José Carlos Prazeres da Silva, o “Piranha”, líderes do tráfico do Castelar; além de uma quinta pessoa cuja a identidade não foi revelada. Desses, “Piranha”, “Tia Paula” e “Estala” foram executados pelo tribunal do tráfico por conta da repercussão do caso, segundo as investigações.
“É um crime de homicídio. Triplo homicídio qualificado, com ocultação de cadáver. Então é a primeira vez que se vê um chefe do tráfico ser morto por uma questão que não seja uma guerra de facção ou mudança de facção”, informou o delegado.
A polícia interceptou uma série de ligações que mostram que os traficantes do Castelar foram os responsáveis pela morte das crianças. Em um dos áudios interceptados, uma testemunha afirma que o pedido para a tortura partiu de “Estala” e teria sido autorizado por “Doca” e “Piranha”.
Segundo as investigações, “Tia Paula” ordenou que um sexto investigado dirigisse um veículo e levasse os corpos até o rio onde os corpos foram jogados em sacos. Buscas foram feitas no local, mas, até hoje, nada foi achado.
O crime contra os garotos de 9, 11 e 12 anos, aconteceu em dezembro do ano passado. Eles foram vistos pela última vez quando saíram de casa para jogar futebol.