Um porteiro foi agredido pelo morador de um prédio em que trabalha, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. As agressões aconteceram no hall do edifício. Max dos Santos Martins Júnior, de 36 anos, conversava com um colega de trabalho, na noite do último sábado (19), quando o morador Wellder Luiz Batista Pontes se aproximou dos dois.
No vídeo, é possível perceber que eles trocam algumas palavras e, em seguida, o funcionário começa a gravar com o celular as ações do morador. Poucos minutos depois, Wellder inicia uma sessão de agressões contra o porteiro, que levou diversos socos e começou a correr do agressor.
Nessas imagens, o morador acusa Max de “ladrão”. O porteiro questiona a acusação e provoca: “você acha que está falando com quem? Acha que tá falando com a sua mãe?”. Na sequência, Wellder profere vários socos contra o funcionário.
A violência só terminou porque o porteiro conseguiu trancar a porta de blindex e pedir ajuda a uma patrulha da Polícia Militar. Segundo o porteiro, os socos foram o estopim de um período de insultos que dura um ano. A motivação seria por conta de uma fissura na embalagem de entrega endereçada ao morador.
“Eu recebi uma encomenda há um ano e ela estava com uma pequena fissura. Aí eu entreguei para essa pessoa (Wellder) e ele fez uma reclamação dizendo que estava rasgada. Eu considerei a reclamação normal. Mas depois disso ele parou de me dar bom dia, de ser educado, começou a fazer piadinhas, falando que tem um porteiro que é safado, que rouba, como se eu fizesse parte de uma gangue. Eu me senti ofendido, mas mesmo assim fui relevando. Até que sábado foi o estopim”, disse Max.
O crime foi registrado na Delegacia do Leblon, na Zona Sul do Rio. No momento do registro de ocorrência, Wellder afirmou que também tinha sido vítima de agressões. Por conta disso, o inquérito aponta tanto o funcionário quanto o morador como autores e vítimas da ação. Porém, para a delegada do caso, não há dúvidas de que a vítima é o porteiro.
“É nítido, pelas gravações, pelas imagens, que o porteiro sofre lesões corporais. Como delegada de polícia, eu vejo, pelas imagens, que quem foi agredido foi o porteiro”, comentou a delegada Daniela Terra.
O funcionário do prédio afirma que já encontrou o agressor na manhã de hoje, passando pelo prédio, mas Wellder não falou com ele.
“Hoje ele já passou por mim, não deu aquele ‘bom dia’ e subiu para o apartamento dele. E a gente sente aquele temor, a gente não sabe o que passa na cabeça da pessoa. Do mesmo jeito que eu jamais imaginei que ele viesse me agredir um dia, a gente não sabe o que a pessoa pode fazer a partir disso. É um ambiente de medo em relação à essa pessoa”, falou Max.
*Sob supervisão de Myllena Amorim