Primeira audiência da morte de Henry Borel acontece nesse momento

Juíza interrompe discussão entre testemunha e advogado de defesa

Rafaella Baleiro (sob supervisão)

Jairinho não compareceu à audiência, ele participa por videoconferência Reprodução
Jairinho não compareceu à audiência, ele participa por videoconferência
Reprodução

A primeira audiência de julgamento da morte do menino Henry Borel, de 4 anos, começou na manhã de hoje. Ao todo, doze testemunhas estão na sessão, outras quatro não foram encontradas pela Justiça por erro de endereço.

Entre as quatro testemunhas-chave não encontradas está a babá do menino, Thayná de Oliveira. O endereço que ela informou já não é mais o que mora. De acordo com a família, Thayná se mudou e não passou o novo local para ninguém. Em um segundo depoimento, ela informou à Polícia que foi coagida por Monique, ela havia pedido para a babá mentir no primeiro relato.

O primeiro a depor hoje na justiça foi o delegado do caso, Henrique Damasceno. Em uma discussão entre o promotor do caso, Henrique Damasceno, e o advogado Thiago Minagé, da defesa de Monique Medeiros, a juíza Elizabeth Machado Louro pediu ordem durante a sessão: “isso aqui não é um circo”.

Durante o depoimento, Damasceno chegou a afirmar que a mãe do menino estava completamente à vontade no dia em que foram ouvidos pela polícia, dias após a morte de Henry ter sido constatada por lesões contundentes. Na ocasião, a mãe do menino ainda fez uma selfie dentro da delegacia.

Na sessão de hoje, o advogado de defesa de Monique contestou as insinuações do delegando, afirmando que ele estava tratando de opiniões e não dos fatos. Foi justamente nesse ponto da discussão que a magistrada da audiência interveio.

“Ficou comprovado que em um primeiro momento, a Monique Medeiros foi ouvida na condição de testemunha, com dever legal de falar a verdade, que ela tem compromisso com isso. Outra coisa é a pessoa ser ouvida como investigada ou acusada porque aí ela teria o direito de ficar em silêncio”, comentou Thiago Minagé, advogado de defesa.

Ainda durante o depoimento do delegado, ele afirmou que o socorro prestado a Henry, não foi adequado, ainda que o Dr. Jairinho seja graduado em medicina. O menino foi levado ao Barra D’or, emergência privada na Zona Oeste do Rio, mas já chegou ao local sem vida. O Conselheiro do hospital é mais uma das testemunhas que não foram localizadas.

O promotor do Ministério Público do Rio, Fábio Vieira, alegou que o ex-vereador Jairinho agiu com comportamentos sádicos no assassinato de Henry. O ex-padrasto da criança responde por homicídio triplamente qualificado. Caso a agressão por mero prazer, como descrita por Fábio em entrevista a Band Rio, seja comprovada, ele poderá responder por mais uma qualificadora.

“Outras notícias surgiram de que o Jairo era contumaz nesse tipo de procedimento, talvez uma qualificadora possa mudar no sentido de que a vontade dele ao matar o Henry não era porque o Henry atrapalhava o relacionamento, mas porque ele sentia prazer nisso”, comentou Fábio Vieira em entrevista a Band Rio.

No início dessa semana, a juíza do caso autorizou a quebra do sigilo bancário de Monique e Jairinho, o pedido veio da promotoria, após manifestação de Leniel Borel.

“Indenização em prejuízo ao patrimônio de quem cometeu o delito não significa autopromoção ou determinação de um preço da minha parte. Isso é consequência de uma conduta que não cometi e mais uma forma de punir os autores do assassinato brutal do meu filhinho”, comentou Leniel Borel.

Monique Medeiros está presente no tribunal, já Jairinho pediu para participar por videoconferência do presídio onde está detido, no Complexo de Bangu. A defesa do réu alegou que o comparecimento poderia oferecer riscos à segurança de Jairinho.

“Não existe estratégia em a Monique vir hoje ou não, ela informar os fatos como eles efetivamente se deram é a nossa estratégia. É prorrogativa dela comparecem em todos os autos processuais”, finalizou Minagé, advogada da ré.

Familiares da criança também estão na sessão. O pai de Henry, Leniel Borel, chegou ao tribunal pedindo justiça. Ele e outros parentes da criança usam uma blusa com a foto de Henry e luzes azuis, remetendo a uma foto em que o menino aparece com as mãos sujas de tinta, brincando.