Professor desenvolve álbum da Copa do Mundo para cegos

A versão, semelhante à tradicional, é em braile.

Felipe de Moura*

Gabriel com o álbum adaptado da Copa do Mundo TV Band
Gabriel com o álbum adaptado da Copa do Mundo
TV Band

Às vésperas da Copa do Mundo, que começa no dia 20 de Novembro, cada vez mais pessoas estão colecionando o álbum da competição. Porém, crianças e até adultos que possuem deficiência visual não conseguem comprar o álbum, já que o mesmo não é inclusivo. Pensando nisso, o professor Luigi Amorim, criou uma versão em braile para atender essas pessoas.

O professor é do Instituto Benjamin Constant, tradicional instituição de ensino para pessoas com deficiência visual. Ele teve essa mesma ideia em 2018, quando criou um álbum em braile para a Copa do Mundo em 2018, ao ver o interesse de uma criança em colecionar o álbum da Copa.

“Nossa missão é tornar acessível tudo o que for possível. Fazer com eles possam aproveitar esse momento assim como todas as demais crianças. É muito gratificante, eu me sinto realizado, feliz neste momento”, disse Luigi Amorim.

Rafael Bernar, aluno do Instituto Benjamin Constant e deficiente visual, contou que começou a gostar de futebol quando entrou no local. Ele se diz “ansioso” para pegar uma figurinha do Neymar.

“Eu não gostava de futebol porque eu achava difícil, mas quando eu entrei aqui eu achei fácil saber o que acontece nos jogos. Eu estou gostando muito de colecionar. Eu ‘tô’ ansioso para pegar uma figurinha bem rara, como o Neymar, qualquer figurinha dele”, falou o menino de 11 anos.

Como as figurinhas não são adaptadas, as crianças precisam de ajuda de outra pessoa para abrir os pacotinhos e pegar as figurinhas. Mas, com os ajustes do álbum especial, com uma marcação especial do lugar das figurinhas, os alunos conseguem colar as mesmas sem a colaboração de ninguém.

Cada seleção também ganhou uma página a mais com os nomes dos jogadores em braile para que saber qual jogador está sendo colado.

“Eu estou ansioso para colar as do Brasil, achar uma figurinha do Neymar. Eu já tive uma repetida e consegui trocar a figurinha. Eu me sinto bem feliz de completar o álbum, porque ele não serve só para mim, ele serve para outras pessoas também”, disse Gabriel Silva, estudante que está colecionando o álbum pela primeira vez.

O álbum adaptado será distribuído para os três mil assinantes da revista Pontinhos, no Brasil e em mais de 20 países.

*Sob supervisão de Natashi Franco