Band Rio de Janeiro

Quadrilha especializada em sequestro relâmpago é presa em flagrante

Para exigir o pagamento do resgate das vítimas, os criminosos mandavam fotos delas com armas apontadas para a cabeça.

Felipe de Moura*

A vítima da quadrilha não quis ser identificada Reprodução/TV Band
A vítima da quadrilha não quis ser identificada
Reprodução/TV Band

Uma quadrilha que praticava sequestros relâmpagos foi presa em flagrante nesta quarta-feira (14), por policiais civis da Delegacia Antissequestro (DAS). Os bandidos foram presos quando se preparavam para abordar uma nova vítima e cometer mais um crime.

Fábio Alexandre Andrion de Moraes, Caio Júlio Cesar Madeira de Jesus Lima, Igor Lourenço Hamam e Fábio Francisco Galhardo Borges foram os cinco criminosos presos na ação. Os integrantes da quadrilha extorquiam as vítimas depois de sequestrá-las na Zona Oeste e na Zona Norte do Rio.

“Um deles fazia o primeiro contato com a vítima, a deixava tranquila, demonstrava que estava interessada em um serviço de terraplanagem ou de construção, demonstrava conhecimento. Assim, a vítima confiava no criminoso e aí uma outra parte da quadrilha passava a manter a vítima cativa no interior de um veículo e iniciava a extorsão. Uma outra parte da quadrilha fornecia contas de pix para que fossem feitos os pagamentos”, disse Alice Cunha, delegada da DAS.

Os policiais descobriram que os bandidos escolhiam os empresários através de sites que ofereciam serviços como reformas e demolições.

“Eles conseguiram o meu contato pela internet. E aí contaram que queriam fazer uma obra em um terreno, mandaram fotos e vídeos e falaram que iam construir uma igreja. Eu marquei um dia com eles e fui para o terreno. Assim que eu cheguei lá eles botaram um capuz em mim e me colocaram dentro do carro, me ameaçaram durante todo o momento. Ao todo, tive um prejuízo de R$ 4 mil em transações”, disse uma vítima que não quis ser identificada.

Depois da abordagem, os criminosos usavam o telefone da própria vítima para fazer contato com parentes exigindo o pagamento do resgate. Segundo a polícia, para pressionar a família, os sequestradores chegavam a mandar fotos das vítimas vendadas, amarradas e com armas apontadas para a cabeça.

“Alguns deles se conheceram cumprindo pena no sistema penitenciário e depois se reuniram e todos participavam de uma seita satânica. Inclusive, um dos elementos, ao ser preso em flagrante, estava conduzindo uma sessão satânica, o que causou bastante estranheza aos investigadores”, disse a delegada.

De acordo com a polícia, o bando fez pelo menos oito vítimas nos últimos três meses.

*Sob supervisão de Natashi Franco