Dos dez bairros apontados pela Light com maior incidência de furto de cabos da empresa na Região Metropolitana do Rio, quatro são da região da Grande Tijuca. O bairro da Tijuca está em primeiro lugar, com 93 casos apenas neste ano. Vila Isabel está em quinto, com 33 registros, seguida pelo Maracanã, em sexto, com 31. No décimo lugar, Rio Comprido aparece com 10 ocorrências.
Os materiais da concessionária, que é responsável pelo abastecimento de energia elétrica em parte da Região Metropolitana, não são os únicos a serem alvo na rede subterrânea.
Segundo a RioLuz, cerca de 7 mil metros de cabos foram furtados, além de 11 luminárias, na região do Maracanã. Um prejuízo de mais de R$ 100 mil, no período de janeiro a agosto deste ano. O alto número de furtos nas ruas da Grande Tijuca é uma preocupação para os moradores, que frequentemente precisam passar por ruas escuras devido à iluminação precária após os furtos de energia.
Edson Júnior administra uma escola no bairro e afirma que a região é perigosa e causa uma sensação de vulnerabilidade entre os moradores.
“Todas as ruas da redondeza passam por isso, diariamente. Já pedimos para melhorar a iluminação, mas mesmo assim temos problemas. A recorrência de crimes aumenta e os criminosos ficam vagando por aí”, lamenta.
Em nota, a RioLuz, responsável pela iluminação pública da cidade, afirmou que “realiza manutenções periódicas na cidade por meio de manutenção preventiva e também corretiva pelos canais de atendimento ao cidadão na Central 1746, em que o atendimento dentro do prazo é de 97%”. A empresa também disse que acionou sua subconcessionária, SmartLuz, para ir ao Maracanã realizar uma vistoria e os reparos necessários.
Edson também afirma que já perdeu a conta de quantas vezes teve seus cabos furtados na instituição que administra. Não apenas de energia, mas também de internet.
“Meus cabos de energia já foram roubados muitas vezes, tem dia que não consigo abrir a creche. O portão é elétrico, se fico sem luz, não consigo ter acesso à escola. Também roubam meus cabos de internet, enfim, são gastos imensos para deixar tudo funcionando. Com certeza já passou dos R$ 10 mil”.
Segundo a Light, mais de 108 mil clientes ficaram sem luz por conta de furto de cabos, de janeiro a agosto de 2023. Ao mencionar seus clientes, a concessionária refere-se também a hospitais, instituições de ensino, estabelecimentos comerciais e residências que tiveram a rede subterrânea de iluminação furtada.
Ou seja, estima-se que bem mais de 108 mil pessoas tenham sido impactadas pela falta de energia, já que os números levam em consideração apenas clientes da empresa, e não a quantidade de pessoas que utiliza esses espaços. É um aumento de 24% dos casos, no comparativo entre os primeiros oito meses de 2023 e de 2022.
“Os criminosos roubam os cabos e levam toda a fiação elétrica, deixando as ruas escuras. Isso facilita os crimes. A gente precisa de ajuda”, afirma Andrea Gomes, Presidente da Associação de Moradores do Maracanã e moradora do bairro há 42 anos.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.