Quatro foragidos da Operação Kryptos são detidos na República Dominicana

Polícia investiga a lavagem de bilhões de reais em moedas digitais pelo "Faraó dos Bitcoins"

Felipe de Moura*

Vicente foi preso na República Dominicana. Reprodução
Vicente foi preso na República Dominicana.
Reprodução

Quatro pessoas foragidas da Operação Kryptos foram detidas, na manhã desta quarta-feira (31), na República Dominicana. Porém, apenas Larissa Vianna Ferreira Dumas e Andrimar Rivero Vegel, esposas de João Marcus Pinheiro Dumas Viana e Vicente Gadelha Rocha Neto foram presas. Os quatro eram foragidos da Interpol, mas, no momento da prisão, foi verificado que os dois homens tiveram o pedido de prisão revogado por decisão judicial brasileira.

As duas foram presas pela Polícia Federal e pela Interpol. A Operação Kryptos investiga fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas. Segundo o inquérito da Polícia Federal, João Dumas movimentou cerca de R$ 15 milhões só em 2020. Por enquanto, João e Vicente continuam na República Dominicana. 

Foi constatado que Vicente tinha contas correntes abertas nos bancos First Abu Fhabi Bank e Emirates NBD Bank, na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes.

A Band apurou com os investigadores que os dois tem decisões no Superior Tribunal de Justiça que impedem a extradição e até a prisão dos mesmos. Já as esposas devem ser extraditadas, e o processo já foi iniciado pela Polícia Federal.

ENTENDA O CASO

A Operação Kryptos, deflagrada em agosto de 2021, investiga a lavagem de bilhões de reais em moedas digitais. Segundo o inquérito da PF, Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o "Faraó dos Bitcoins", movimentou uma grande quantia de dinheiro em um esquema que envolveu centenas de pessoas investigadas.

Glaidson foi preso no dia 25 de agosto de 2021, foi encontrado na casa dele, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Durante busca e apreensão, os agentes apreenderam cerca de R$ 20 milhões em espécie, guardadas em malas.

De acordo com as investigações, a empresa GAS Consultoria Bitcoin, da qual o "Faraó" era dono, é responsável por operar um sistema de pirâmides financeiras, baseado na oferta pública de contrato de investimento, sem registro junto aos órgãos regulatórios, no mercado de criptomoedas. Os investigadores afirmaram que as promessas de retorno financeiro sobre o valor investido (10%) eram incompatíveis com a realidade.

Localizada em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, a GAS entrou na mira da polícia depois que R$ 7 milhões foram apreendidos em abril, prestes a serem levados de helicóptero de Búzios (RJ) para São Paulo.

*Sob supervisão de Natashi Franco