A previsão é de gerar cerca de 30 mil empregos diretos ou indiretos até a chegada do carnaval. Após um ano sem o evento, por conta da pandemia de Covid-19, os barracões das escolas de samba já voltam a receber trabalhadores a todo vapor. E o objetivo é colocar os carros alegóricos na Passarela do Samba em fevereiro.
Profissionais que dependiam da folia para ter emprego precisaram se adaptar durante o ano sem a festa. Esse foi o caso de Roberto Romário, 52 anos, responsável pela ferragem da Portela. A interrupção das festas fez com que ele se tornasse motoboy. Agora, retornar para o pavilhão de trabalho representa muito mais do que a volta do emprego.
“A emoção é muito grande, a gente olhava a Cidade do Samba e não tinha nada, isso dava uma tristeza imensa. Hoje, vendo as pessoas de volta, a gente vê o sorriso dentro do olhar, é uma coisa diferenciada”, comentou Roberto emocionado.
A expectativa é de que até o final desse ano, três mil pessoas já estejam empregadas nos barracões do samba. Responsáveis pela estrutura das festas, dos carros e pelas fantasias: são diversas vagas para quem retornar ao setor.
“Nós temos hoje uma quantidade de 9 ou 10 ferreiros já trabalhando, em breve entra o pessoal da madeira. No andar de cima nós temos aderecistas e costureiras fazendo o trabalho de produção. A medida que tudo for avançando, vem mais gente chegando”, comentou Fábio Pavão, vice-presidente da Portela.
A prefeitura da cidade já anunciou que a folia só vai acontecer se a população aderir à campanha de vacinação. Segundo o prefeito Eduardo Paes, a festa não pode ocorrer com as medidas sanitárias ainda vigentes, já que o distanciamento não seria respeitado na prática.
“Caso em algum momento a Anvisa fale que a gente vai precisar reduzir a capacidade, mesmo que seja em 20%, o carnaval está automaticamente transferido para julho”, finalizou Jorge Perlingeiro, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba.