Com cerca de 16 mil casos por ano, o câncer de colo de útero ocupa a quarta posição entre os tipos da doença que mais matam as brasileiras, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer. Na cidade do Rio, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de vacinação contra o HPV entre as meninas, com esquema vacinal completo, está abaixo da metade com 35,8% e entre os meninos apenas 22%.
O objetivo era ter 90% do público alvo vacinado. Para especialistas, existem fatores que interferem na adesão das campanhas de vacinação.
“Eu acho que a gente precisa ainda melhorar o alcance da informação de que existem vacinas pros adolescentes. A vacina do HPV, ela protege pra doenças importantes, que futuramente podem dificultar a qualidade de vida desse adolescente, então adulto. Então, é prevenção precoce que se faz", explica a coordenadora do programa de imunizações da Prefeitura do Rio, Nadja Greffe.
Apesar dos números de casos assustarem, é possível prevenir a doença através da vacinação. Por isso, o SUS aplica o imunizante desde 2014 em meninas de 9 a 14 anos e em meninos de 11 a 14 anos.
"As vacinas disponíveis atualmente no Brasil protegem contra dois tipos principais de vírus que podem causar o câncer do colo de útero. Esses dois tipos, o tipo 16 e o 18, as vacinas protegem contra 70% de casos de câncer de útero”, afirma a consultora médica da Fundação do Câncer, Flávia Miranda.
A escolha da faixa etária acontece por ser um intervalo em que há uma produção maior de anticorpos, além disso nessas idades considera-se que os jovens têm menos chances de terem iniciado a vida sexual.
Além das crianças, mulheres de até 45 anos que possuem imunossupressão, transplantes ou câncer têm direito a receber a vacina contra o HPV.
O HPV é uma infecção sexualmente transmissível que pode causar desde verrugas genitais até mesmo câncer de colo de útero. A vacinação a longo prazo reduz os casos da doença, o que já pode ser visto em países como a Suécia.
"O que acontece é que em países que começaram a vacinar a mais tempo, a vacina já está realmente mostrando que tem uma efetividade bastante interessante", finaliza Flávia.
*Estagiária sob supervisão de Natashi Franco