Pela primeira vez no Rio, uma cirurgia ortopédica foi realizada com a assistência de um robô em um hospital de Copacabana, na Zona Sul da cidade. O equipamento chegou hoje à capital fluminense e tem como objetivo trazer maior precisão matemática em procedimentos, com menos efeitos pós operatórios, na busca por melhores resultados para o paciente.
O Rosa Knee é composto por uma plataforma robótica, com ferramentas de planejamento pré-operatório 3D além de dados em tempo real sobre tecidos moles e anatomia óssea. Esses fatores facilitam a precisão do corte na cirurgia além da análise de amplitude de movimento do paciente, o que melhora a execução e eficiência da cirurgia.
A tecnologia de robôs para cirurgias como essa já está sendo usada em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pernambuco. Foram feitas mais de 200 operações no Brasil. O equipamento chegou em 2019 nos Estados Unidos.
Como funciona?
Com o conhecimento anatômico do médico responsável, medidas de referência de cada paciente são registrados em um computador conectado ao robô. Medidas do fêmur, da bacia, do tornozelo, da tíbia, entre outros pontos são colocados no sistema que, a partir desses dados, são assimilados para que a cirurgia seja guiada pelo equipamento.
“A cirurgia robótica, nesse caso do joelho, seria uma associação da cirurgia navegada com um braço de robô. Nós guiamos esse braço através de um pedal, coloca-se o guia do corte, tanto do fêmur quanto da tíbia. Com o pedal, (o robô) vai se aproximando e o computador coloca (o equipamento) no ponto do corte que você registrou para ele”, explica o médico Luis Antonio Martins, responsável pelo primeiro procedimento no Rio.
Em São Paulo, o formato começou a ser usado em dezembro de 2020. Pacientes que participaram do procedimento já colhem resultados desta inovação. O advogado Davi Abegão foi o primeiro a fazer essa cirurgia na cidade. Quatro meses depois da intervenção, ele já estava de volta à academia. Ele conta que o procedimento foi simples e que ficou quase sem cicatriz.
“Geralmente quando se faz cirurgia, se perde massa muscular porque os médicos precisam cortar. No meu caso, não cortaram nada em mim, não lesaram um músculo. O buraco de entrada foi do tamanho de um dedo só para entrar o robô. Se robô constrói carro com perfeição, faz tudo com perfeição, eu fecho com o robô”, conta o paciente.
O médico Luis Antonio Martins confirma que a cirurgia é menos invasiva do que um procedimento comum.
“A agressão cirúrgica é menor porque você não precisa descolar tanto os tecidos para colocar os guias tradicionais, você evita de fazer perfurações como no fêmur para avaliar o eixo. Com o computador você não precisa porque você já dá essas referências para ele. Então sangra menos, dói menos”, afirma.
A primeira cirurgia da capital fluminense foi feita nesta tarde. Já existe um segundo procedimento planejado para acontecer.