O bicheiro Rogério de Andrade foi preso nesta quinta-feira (4) depois de ter uma nova prisão decretada pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, do Tribunal de Justiça do Rio. A Polícia Federal e o Gaeco/MPRJ encontraram documentos que revelaram o pagamento de propina a diversas delegacias especializadas da Polícia Civil.
Rogério de Andrade estava na companhia do filho, Gustavo de Andrade, que estava foragido da justiça de maio, quando a Operação Calígula foi deflagrada. Em um primeiro momento, apenas Gustavo foi preso.
Apontado como o rei do jogo do bicho, Rogério de Andrade não tinha sido preso por conta de um habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, na última terça-feira (2).
No entanto, depois de uma varredura no imóvel, os agentes encontraram documentos que apontam pagamento de propina a delegacias especializadas da Polícia Civil. O grupo ainda pretendia abrir um novo negócio, de cerca de R$ 6 milhões. Rogério e Gustavo foram encaminhados para a sede da Polícia Federal, na Zona Portuária do Rio.
A lista apreendida na casa onde estavam os dois criminosos descreve o pedido da “merenda”, uma espécie de propina, que tinha parado a pedido das próprias unidades policiais.
ENTENDA O CASO
As investigações da Operação Calígula revelaram a participação de policiais civis e militares na organização criminosa. Entre eles, estava a delegada Adriana Belém, que foi presa. Na casa dela, foram encontrados quase R$ 2 milhões.
A suspeita é de que os agentes recebiam propina para não reprimir a quadrilha de Rogério de Andrade e até devolver máquinas de caça-níquel apreendidas. Outro denunciado na ação é Ronnie Lessa, que também responde pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Segundo o ministério público, Rogério e Gustavo montaram um bingo no quebra-mar, na Barra da Tijuca, em parceria com Lessa, que é sargento reformado da PM do Rio.
O sobrinho de Castor de Andrade, Rogério, além da exploração dos jogos de azar, é suspeito de ter cometido outros crimes, como o assassinato do bicheiro Fernando Iggnácio, em 2020.
*Sob supervisão de Natashi Franco