Sede de empresa de internet é alvo de operação da Draco

Grupo é acusado de ameaçar funcionários de empresas legalizadas e obrigar moradores a usarem o serviço ilegal.

Felipe de Moura*

Doze mandados de busca e apreensão foram cumpridos Divulgação
Doze mandados de busca e apreensão foram cumpridos
Divulgação

Doze mandados de busca e apreensão foram cumpridos na operação “Acesso Negado”, que aconteceu namanhã desta terça-feira (13) pela Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco).

Em uma casa de dois andares, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, onde mora um policial militar reformado, os agentes apreenderam dois veículos, celulares e documentos. No imóvel, com piscina e churrasqueira, os policiais também apreenderam R$ 10 mil em espécie. Na sede da empresa de internet ainda foram apreendidos outros R$ 270 mil em espécie.

A ação dá continuidade às investigações que apontam para possível associação com grupos de milicianos do provedor de internet que atua na Zona Oeste e no município de Itaguaí.

Além de Santa Cruz, onde fica a sede da empresa, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços das filiais em Sepetiba e Itaguaí, além das residências dos sócios na Barra da Tijuca e no Recreio, na Zona Oeste.

Segundo as investigações, o policial militar reformado é um dos sócios da empresa que tem o monopólio da internet em algumas comunidades da Zona Oeste. O inquérito também aponta que as concessionárias que desejam atuar no local são ameaçadas por homens fortemente armados que seriam da maior Milícia do Rio, o bonde do Zinho.

“Relataram para a gente que as caixas de distribuição, os cabos de fibra óptica estavam sendo vandalizados, estavam interrompendo o serviço. Assinantes que moram ali em Santa Cruz ficavam sem o serviço de telefonia e internet. Quando os técnicos se dirigiam ao local para realizar os reparos necessários, eles eram ameaçados por grupos de milicianos que os impediam de promover o concerto. Dessa forma, o serviço permanecia interrompido e o assinante acabava sendo obrigado a contratar os serviços do provedor de internet que está sendo investigado”, disse o delegado da Draco Ricardo Carraretto.

Os próximos passos da investigação são identificar o destino do dinheiro e outros membros da quadrilha.

O material apreendido foi encaminhado para a Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio. A polícia também tenta encontrar os responsáveis pelos cortes dos cabos de fibra óptica e da entrega de caixas de distribuição na área.

*Sob supervisão de Natashi Franco