Seis funcionários do Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, foram demitidos pela prefeitura após um paciente com deficiência física ter sido maltratado. Bernardo, que não tem as pernas, foi deixado do lado de fora da unidade sem nenhum suporte.
O homem ainda estava com uma sonda e usava fralda. Mauro Novaes, vigilante que trabalha todos os dias em frente ao local onde Bernardo foi largado, falou sobre a situação.
“Não podia mexer nele, com medo de estourar sonda, estourar alguma coisa, então, não podia mexer. Comecei a conversar com ele. Ele explicou que os maqueiros deixaram ele aqui. (...) O hospital é responsável. Era para algum assistente social procurar um abrigo”, explica.
Dezenas de pessoas se juntaram em solidariedade ao paciente, que foi levado a uma sombra para se proteger do sol.
“Muitos começaram a ficar revoltados, começaram a gravar. Eu fui orientada a ir no Conselho Regional de Saúde, fui lá, eles foram prontamente tentar ajudar. O diretor mandou que recolhessem, disse que não estava ciente do acontecido. E deu uma nota dizendo que o paciente era agressivo, que era reincidente no hospital, e que o hospital não tinha mais o que fazer por ele”, conta a professora Tatiana Borges.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde uma sindicância foi aberta para investigar o caso.
A pasta também informou que o paciente, de 40 anos, foi encaminhado para outra unidade da Zona Oeste do Rio, e aguarda transferência para um abrigo.
“Não é possível a gente ver um paciente, mesmo que não tenha nenhuma situação clínica, ser colocado para fora do hospital. É inadmissível, e a Secretaria está com uma apuração muito rigorosa em relação a esse assunto”, afirma Daniel Soranz, secretário municipal da Saúde do Rio.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.