O serviço de acolhimento, por parte de famílias habilitadas, de crianças e adolescentes afastados judicialmente das famílias de origem, completou quatro anos no dia 5 de setembro desse ano. Alternativa para os abrigos, o Serviço Família Acolhedora (SFA), foi lançada pela prefeitura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em 2018.
O principal objetivo do projeto é proporcionar uma vida com tudo o que é necessário às crianças até que a Justiça determine para onde elas serão encaminhadas: o lar de origem ou a adoção.
De acordo com Viviane Cordeiro Marques, coordenadora do projeto, a grande vantagem dele é poder proporcionar à criança e ao adolescente um lar.
“Eles são retirados do lar de origem e ao invés de irem para uma instituição, vão para um lar onde poderão ser tratados de forma individualizada e ter rotinas básicas de uma criança em família, como ir passear no shopping ou ir à praia. Sem ele, a criança não se desenvolve de forma saudável. Quer doar amor a quem precisa, procure o nosso serviço. É muito importante que as famílias se cadastrem”, disse Viviane.
Professora da rede municipal de Nova Iguaçu, Ana Cristina Soares do Rosário, aceitou o desafio de receber em casa, em outubro de 2020, os irmãos Miguel e Wescley, na época com 6 e 8 anos, respectivamente.
“A família de origem era de uma situação social bem precária e as crianças viviam em um ambiente de muita violência. Miguel chegou a ser hospitalizado por 15 dias e quase não resistiu. Quando chegou aqui, ele não falava. Hoje ele fala e até nos surpreende com seu vocabulário. Já o Wescley, que tem nanismo, tinha um bloqueio muito grande, não se achava querido pelas pessoas e agora tem o nosso carinho e afeto”, conta Ana Cristina.
Dois anos depois, além de terem sido acolhidos, os irmãos foram matriculados em escolas da rede municipal. Nos últimos meses, Miguel e Wescley passaram por um processo de transição e, no dia 14 de julho, deixaram o Família Acolhedora depois de serem adotados.
*Sob supervisão de Natashi Franco