Após a queda de cirurgias de transplantes de órgãos durante a pandemia, a campanha de conscientização de transplantes e doações de órgãos, já iniciou o mês ajudando pessoas que estão na fila de transplante no Rio de Janeiro.
Na primeira semana de Setembro, foram doados: um coração, dois rins, fígado, além das córneas de uma paciente do Hospital de Volta Redonda, no Sul Fluminense do Rio de Janeiro. Foi a primeira vez que o Hospital do Sul Fluminense realizou este procedimento.
“Quando autorizada a doação pela família, os Centros Transplantadores são comunicados. Somente pessoas inseridas no cadastro único, sendo compatíveis com o doador, é que podem receber a doação. A princípio, os órgãos são ofertados dentro do estado. Se não tiver um receptor compatível, a doação vai para outros pontos do país”, ressaltou Daniela da Silva, enfermeira responsável pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do hospital.
Somente pacientes com morte encefálica sem contraindicação formal podem ser doadores de órgãos. “Avaliamos a gravidade e a suspeita de uma morte encefálica. Somente depois de alguns exames e com diagnóstico definido é possível pensar em doação. A gente não convence uma família a doar, a gente trabalha em cima de conscientização.” explicou Daniela.
Só quem está na fila de espera sabe o quanto é importante a doação. Para ser um doador, não é necessário você deixar algo escrito. Para ajudar a salvar uma vida, basta avisar os seus familiares, porque serão eles que vão assinar o documento autorizando a doação dos órgãos e tecidos.
Mônica Cid, de 68 anos, teve hepatite tipo C, que acabou desencadeando numa cirrose hepática. Entrou na fila do SUS e aguardou por sete meses por um transplante de fígado. Quando sua situação se agravou, e ela corria risco de vida, veio a melhor notícia da sua vida.
“Era a minha vez e imediatamente fui encaminhada para o hospital para receber o órgão. Sou plena em todas as minhas funções hoje graças ao meu doador e à família doadora. Um ‘sim’ me deu uma nova vida”, disse Mônica, que foi transplantada no Hospital Adventista Silvestre, no Cosme Velho, na Zona Sul do Rio, através do SUS.
Desde da criação do Programa Estadual de Transplante, em 2010, houve um aumento de 24% de doações de órgãos em todo o estado. De janeiro a julho deste ano, foram realizados 1.528 transplantes no Rio de Janeiro. De acordo com a Secretária Estadual de Saúde, o estado atinge desde 2012 a média de 14 doadores por milhão de habitantes (pmp), superando a média brasileira, que é de 11 doadores/pmp.