Surfista que matou militar vai ficar em liberdade

Mesmo sentenciado, Felipe Cesarano vai responder em liberdade pela morte de um sargento da marinha em dezembro de 2020.

Felipe de Moura*

Felipe Cesarano foi condenado a 5 anos e 6 meses de prisão Reprodução
Felipe Cesarano foi condenado a 5 anos e 6 meses de prisão
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O surfista Felipe Cesarano, conhecido no esporte como “Gordo”, foi condenado a 5 anos e 6 meses de prisão em regime semiaberto pela morte do sargento da marinha Diego Gomes da Silva.

Apesar da condenação, a Justiça do Rio determinou que Cesarano pode recorrer em liberdade por ser um crime de trânsito. O sufista não pode deixar o país e nem dirigir pelos próximos 5 anos.

“Foi uma condenação bem suave para gravidade do acontecido. Dá uma sensação de impunidade, mas também o que aparenta para a sociedade é que pode fazer o que quiser. Que a pessoa pode beber, pode pegar o carro, atropelar, matar outras pessoas e que vai ser brando, vai ser tudo bem. Na verdade, ele nunca ficou preso", disse Monique Gomes da Silva, irmã de Diego Gomes da Silva.

O surfista foi condenado por homicídio culposo, ou seja, quando não há a intenção de matar. Antes do acidente, o surfista estava em uma boate, na qual o consumo total da comanda paga por ele foi de mais de R$ 800 só em bebidas alcóolicas. Felipe chegou a ser preso em flagrante no dia do acidente, mas foi solto um dia depois.

RELEMBRE O CASO

Diego morreu em dezembro de 2020. Cesarano perdeu o controle do carro em que dirigia na Auto Estrada Lagoa Barra, na altura de São Conrado, na Zona Sul do Rio, invadiu a pista contrária e bateu de frente com o veículo do Diego, que foi atingido e faleceu na hora.

Cesarano dirigia a 144 Km/h, enquanto o permitido era 80 quilômetros. Esse vídeo mostra o momento em que os dois carros batem de frente. Na contramão, o veículo do atleta acerta em cheio o carro da vítima.

“É uma dor que nunca passa. Uma tristeza profunda. Sabendo que ele era muito novo, tinha uma família há 12 anos. Um filho de 8 anos. Um vazio, um aperto. E é uma falta de impunidade que isso pesa. A dor ainda consegue ficar mais forte pelo peso de que nada vai acontecer", falou Monique.

*Sob supervisão de Natashi Franco