Suspeito de lavar dinheiro da milícia de Zinho, a maior do estado, é preso

Cléber Oliveira da Silva foi encontrado em um apartamento luxuoso na Barra da Tijuca. Outras três pessoas foram presas.

*Ana Clara Prevedello e Bruna Carvalho.

A Operação Contaminação, contra uma quadrilha que seria o braço financeiro da milícia de Zinho, apontada como a maior do estado, prendeu hoje (1º) Cléber Oliveira da Silva, chefe da organização. Ele foi encontrado no apartamento luxuoso em que morava, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Os agentes da Polícia Civil também fizeram buscas em uma casa de veraneio do criminoso em Búzios, na Região de Lagos. Ele ostentava joias, relógios de marcas famosas e carros avaliados em R$ 500 milhões.

Além de Cléber, o ex-policial militar Diogo Machado foi preso em Santa Cruz. Ele estava com uma arma que, segundo a investigação, não era legalizada. Outro policial militar foi preso pelo mesmo motivo, e um mototaxista que teria avisado os milicianos sobre a operação foi levado para a delegacia.

Durante a ação policial, os agentes apreenderam armas, munição, dinheiro, relógios, carros blindados de alto padrão e até barcos. De acordo com a Polícia Civil, a quadrilha lavava o dinheiro dos crimes com o comércio ilegal de combustíveis, extorsões, agiotagem, tráfico de armas e homicídios.

“Alguns funcionam como laranjas, outros funcionam como depositantes, as pessoas responsáveis por pegar o dinheiro em espécie e depositar na conta dessas empresas, que fazem a mescla. E há, pelo que a investigação indicou, ingresso também de dinheiro ilícito”, explica Gabriel Poiava, delegado responsável pelo caso.

Os policiais estiveram, nesta quinta-feira (1°), em endereços residenciais e postos de gasolina que teriam sido usados no esquema. A investigação teve início a partir de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, que apontavam movimentações suspeitas feitas pelos alvos da operação.

A justiça decretou o bloqueio de contas bancárias, o sequestro de bens e de valores de até R$ 93 milhões.

*Sob supervisão de Christiano Pinho.