Polícia vai ouvir novas testemunhas sobre morte de enteado e padrasto em ação da PM na Zona Norte

Os dois estavam levando a namorada do jovem para uma unidade de saúde

Rafaella Balieiro (sob supervisão de Natashi Franco)

A família estava em uma festa quando os dois saíram para levar Camily na UPA Reprodução/ Redes Sociais
A família estava em uma festa quando os dois saíram para levar Camily na UPA
Reprodução/ Redes Sociais

A Delegacia de homicídios da capital vai ouvir novas testemunhas para entender a morte do jovem Samuel Bonfim Vicente, 17 anos, e do padrasto dele, Willian Vasconcelos da Silva, 38 anos, na madrugada de sábado. Os dois estavam em uma moto, levando a namorada do jovem ao hospital quando foram baleados durante uma ação da polícia no bairro de Anchieta, Zona Norte do Rio.

Samuel estudava em um preparatório para o processo da Polícia Militar e tinha o sonho de se tornar um agente de segurança do estado. Essa não é a primeira vez que alguém da família é atingido por tiros durante uma operação policial na região, a irmã de Samuel já foi baleada em 2018.

“Meu filho tinha o sonho de ser militar, tinha tanto amor pela farda e acabou morrendo pela farda. Os policiais estão alegando que eles estavam com armas, drogas, nada disso. Minha nora só tinha passado mal”, comentou Sônia Bonfim.

A família estava em uma festa na região de Vilar dos Telles, quando Camily Apolinário, 18 anos, passou mal e pediu para ser levado ao hospital. Os três estavam em um moto se dirigindo para a unidade de saúde quando foram alvejados. Camily também foi atingida por um tiro no rosto.

“Ele ia se apresentar no quartel no dia 08 do mês que vem. Agora eu vou ter que ir lá levar a certidão de óbito dele para dar baixa. A minha filha estava no mesmo lugar quando foi baleada em 2018”, esclareceu a mãe de Samuel.

O enteado e o padrasto trabalhavam em uma farmácia da Zona Norte, próxima a casa deles, de acordo com a mãe da família. Ela também acusa os agentes de terem levado os documentos e aparelhos celulares de Samuel e Willian.

“No dia eles falaram que teve uma perseguição, mas então cadê a pólvora na mão deles? No laudo nem constava que tinha um menor morto. Eu precisei ir na delegacia fazer o boletim. Eu quero que a justiça seja feita, os policiais que fizeram isso com a minha família tem que pagar”, finalizou Sônia.

Em nota, a Polícia Militar afirmou que os agentes foram alvejados quando faziam o patrulhamento em uma rua do bairro Anchieta.