"Dava a minha vida pra levar aquele tiro", diz sogra de homem morto em assalto

Vítima levou um tiro ao tentar proteger esposa em assalto na Zona Norte do Rio

Karol Neves*

O casal tinha duas filhas; uma de apenas dois anos e outra de sete.  Reprodução
O casal tinha duas filhas; uma de apenas dois anos e outra de sete.
Reprodução

O corpo do homem que foi atingido por um tiro ao tentar defender a esposa de um criminoso durante um assalto na última quarta-feira (19), vai ser enterrado nesta tarde (21). O crime ocorreu no momento em que Amanda Costa foi abordada pelo bandido enquanto aguardava Bruno Gomes Valentim da Costa na saída do metrô, no bairro do Colégio, na Zona Norte do Rio. Ao ver que a esposa estava sendo assaltada, Bruno jogou a mochila no assaltante e correu junto com a mulher. Ela contou que, ao fugir, escutou um barulho de tiro e viu o marido no chão.

Bruno Gomes Valentim da Costa tinha 41 anos e deixa duas filhas, de 2 e 7 anos. O corpo da vítima será enterrado às 15h30 no cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na Zona Portuária do Rio.

Durante o velório, na manhã de hoje (21), a sogra dele se emocionou ao falar do genro, sobre a relação que ele tinha com as netas e o quanto que ele já faz falta na família.

"Se eu pudesse eu dava a minha vida pra levar aquele tiro no lugar dele, pra que ele não ficasse sem as meninas, sem a minha filha. Ele amava minha filha, ele amava minhas netas... Um único tiro que ele levou, para tirar a vida de uma pessoa, por causa de um carro, por causa de um celular" disse, aos prantos, a sogra de Bruno.

Na tarde de ontem (20), no Instituto Médico Legal, a esposa de Bruno explicou como tudo aconteceu na quarta-feira (21). Amanda esperava pelo marido dentro do carro do casal, na saída do metrô, no bairro Colégio, na Zona Norte, como sempre costumava fazer. Ela conta que, de longe, o marido percebeu que ela estava sendo assaltada.

"Eu entreguei o carro, entreguei o celular, e o meu marido tava vindo ao meu encontro gritando 'para! Seu covarde!', ele jogou a mochila dele pra tentar me defender e eu falei 'vem, Bruno! Corre! Corre!' e eu saí correndo, depois eu só ouvi o tiro e ele lá no chão" contou Amada.

Bruno chegou a ser levado para a UPA de Rocha Miranda, na mesma região, mas não resistiu aos ferimentos.

"Infelizmente ele deixa duas filhas, uma de 2 e uma de 7, que não vão poder ter um pai por causa dessa situação caótica que a gente tá vivendo no Rio de Janeiro", disse a esposa da vítima, Amanda Costa.

A Polícia Militar afirmou, em nota, que "na noite de quarta-feira (19), policiais militares do 9° BPM (Rocha Miranda) foram acionados para uma ocorrência na UPA de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio de Janeiro. De acordo com o comando da unidade, no local os policiais foram informados que uma vítima de disparos de arma de fogo deu entrada já em óbito na unidade. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Capital Fluminense" finalizou a nota.

Sob supervisão de Natashi Franco*