Dois homens armados invadiram uma casa, em São João da Boa Vista (SP), na noite da última quinta-feira (7) para roubar pedras de fel, que são pedras da vesícula de boi. As pedras, segundo a Polícia Civil já haviam sido anunciadas para venda por R$ 280 mil.
De acordo com informações da Polícia Civil, os homens renderam um casal e seus filhos, exigiram celulares, joias e as pedras de fel. A dupla conseguiu fugir do local com os objetos e as pedras.
Devido ao alto valor das pedras de fel no mercado, o produto tem sido um dos alvos de várias quadrilhas. Em setembro, criminosos roubaram uma carga de pedras de vesícula avaliada em R$ 2 milhões na cidade de Barretos (SP).
As pedras de fel normalmente são retiradas das vísceras dos animais em indústrias frigoríficas, já que o processo demanda várias etapas como secção e filtragem do órgão. Os frigoríficos comercializam os subprodutos bovinos, como pedras, pêlos, chifres, ossos ou cascos, com empresas do segmento.
O que são pedras de fel?
As pedras de boi, também chamadas pedras de fel, são cálculos biliares bovinos, formados na vesícula biliar de alguns animais. São usadas pela medicina tradicional chinesa para o tratamento de várias doenças.
Os cálculos biliares são massas duras que se formam na vesícula. A bile é um líquido produzido pelo fígado que ajuda na digestão de gorduras. Quando a bile contém uma quantidade excessiva de colesterol, sais biliares ou bilirrubina, pode ocorrer a formação de cristais.
No Brasil, o preço do quilo da pedra de fel varia de R$ 12 mil a R$ 40 mil, mas no mercado internacional, o valor das pequenas pedras pode chegar a US$ 65 por grama, o que levaria a US$ 6,5 mil o quilo.
Na China, as pedras fazem sucesso e são muito procuradas devido ao uso pela medicina milenar do país. Por lá, a pedra de fel do boi é usada para tratar uma grande variedade de doenças, desde febre alta até convulsão, passando por pneumonia e epilepsia. Em 2020, cientistas chineses descobriram nas pedras a concentração de ácidos biliares, bilirrubina, substâncias com efeitos neurológicos e terapêuticos em humanos.
Já os médicos norte-americanos David Wang e Martin C.Carey publicaram no American Journal of Gastroenteroology pesquisas que mostram que as pedras podem ter efeito tranquilizante e sedativo.
