Desde os primórdios da civilização humana, o teatro desempenha um papel fundamental na expressão artística e na comunicação cultural. As peças teatrais evoluíram ao longo dos séculos, e foi durante o Renascimento, que as apresentações tomaram a forma que conhecemos hoje, especialmente com o surgimento de dramaturgos renomados como William Shakespeare.
No Brasil, o teatro também desempenhou um papel significativo na formação cultural do país. Desde as encenações de peças religiosas pelos jesuítas no período colonial até o surgimento de grupos teatrais independentes durante o século XX, o teatro brasileiro reflete a diversidade e a riqueza da cultura nacional.
Mas você já parou para pensar na influência do teatro no Vale do Paraíba? Diversas instituições, públicas e privadas, foram criadas para explorar essa expressão artística na região.
ESCOLA SÉRGIO MAMBERTI – SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Criada em 2006, a companhia Independente desenvolve roteiros que reúnem busca de linguagem, rigor técnico, pesquisa continuada e montagem de peças que contribuam com a formação dos atores e do público.
A instituição homenageia Sérgio Mamberti. O grande nome da dramaturgia brasileira trabalhou por quase seis décadas e não só recebeu todos os prêmios mais importantes do teatro nacional (Molière Saci, APCA e Mambembe, dentre tantos outros), mas ganhou o coração do público com sua simpatia singular.
ESCOLA MUNICIPAL DE ARTES MAESTRO FÊGO CAMARGO
Foi fundada em 1967 por um grupo de músicos, a Fêgo é uma das mais tradicionais da RM Vale. Atualmente, além das artes cênicas, tem na música uma referência. Desde 1971 leva o nomedo pai de Hebe Camargo. O Maestro Fêgo Camargo foi referência para gerações na cidade, onde escreveu valsas, chorinhos, hinos e até músicas carnavalescas, que embalaram apresentações das orquestras dos antigos Cine Odeon e Cine Teatro Polytheama.
O POTENCIAL DA REGIÃO
É inegável o potencial do Vale do Paraíba. A cultura da região é rica em expressões artísticas, e as artes cênicas não podiam ficar de fora. Paulo Willians é um grande exemplo da riqueza de talentos do Vale. Ele é diretor, ator e escritor no grupo de teatro Tecelagem, na capital paulista. Entretanto, ele conta que boa parte de sua bagagem, conquistou aqui na região.
“Eu comecei a fazer teatro ainda no período da escola, isso em 1992. Estudava numa escola estadual, escola pública da cidade de Jacareí, e dois professores de teatro começaram a dar aula na escola. E aí foi o início, eu era um estudante, foi aí que eu comecei a fazer teatro. O Teatro Amador, o Teatro do Interior, é uma das fontes mais importantes na formação cultural para os jovens. Na experiência com teatro, eu conheci a literatura, conheci sobre a tragédia que chega sobre os grandes dramaturgos da literatura universal, como Brecht, Shakespeare, Chekhov. Então, a formação, a importância dos grupos é não só de fomentar a cultura, os valores artísticos, estéticos, políticos, mas também formar um princípio de cidadania na relação do respeito ao outro, porque o teatro trabalha muito numa condição de grupo, o teatro é um trabalho coletivo. Toda a minha formação política, cultural, se deve e se deu no teatro amador, no teatro de grupo, no teatro do interior.” Destaca.
Infelizmente, muitas vezes a 5ª arte não é muito valorizada pelo público em geral. Paulo acredita que para essa realidade ser modificada é preciso investimento das autoridades. “Uma forma do teatro regional ser mais visto é através dos incentivos, através da responsabilidade do poder público de assumir, juntamente com a comunidade que é o compromisso de formação de público. Sem formação de público, não há uma apreciação dessa experiência teatral. Ou seja, não é uma responsabilidade somente do artista levar os seus trabalhos, porque o artista cumpre muito bem esse papel. O artista cumpre de uma maneira, às vezes solitária, às vezes quixotesca, às vezes enfrentando as dificuldades que é de você levar o seu espetáculo até uma. Cidade e ter plateia para assistir.” Comenta.
O Vale do Paraíba revela grandes palcos em várias cidades. Alguns deles datam do início do século 20. Vem relembrar mais alguns deles!
TEATRO METRÓPOLE - TAUBATÉ
O Teatro Metrópole, inicialmente batizado de "Cine-Teatro Polytheama”, apresenta uma fusão de estilos arquitetônicos, incluindo o Art Nouveau e o Neoclassicismo. Após um período de inatividade, o edifício foi reaberto em 1939, renomeado como Cine Metrópole.
Em 1986, foi designado como parte do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da cidade. Após uma série de reformas, o município adquiriu o imóvel em 1999, modernizando-o com as mais recentes técnicas de segurança e uso.
TEATRO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Em 1978, o prédio que hoje abriga o Teatro Municipal de São José dos Campos foi inaugurado, anteriormente ocupado pelo cinema "Cine Center" até 1989. Em 2021, a Prefeitura Municipal efetuou uma permuta com os proprietários originais, transferindo a propriedade para a administração da Fundação Cultural Cassiano Ricardo. Hoje, o local recebe diversas apresentações teatrais, além de recitais e outros tipos de eventos
TEATRO MÁRIO COVAS – CARAGUATATUBA
O Teatro Municipal de Caraguatatuba abriu suas portas em 15 de dezembro de 2004. Originalmente planejado como um centro de aperfeiçoamento e treinamento de professores, durante a construção iniciada em 2001, ficou claro que o prédio, de tamanho semelhante ao da Secretaria de Educação no bairro Indaiá, poderia acomodar tanto o centro quanto o teatro municipal. O espaço é sede de grandes eventos educacionais, festivais musicais, festivais de dança e de teatro todos os anos.
TEATRO MUNICIPAL ARIANO SUASSUNA - JACAREÍ
Projetado pelo renomado arquiteto Ruy Ohtake, o Teatro Municipal Ariano Suassuna, de Jacareí, apresenta o formato de um vale na parte externa, além de contar com 2.016 m2 e mais de 700 lugares, o teatro é um espaço que, desde 2016, tem como objetivo proporcionar mais possibilidades para o público da cidade e para artistas locais. O espaço fica na Av. Engenheiro Davi Monteiro Lino nº 3.595 – Parque dos Sinos e conta com estacionamento gratuito.
Por Pamella Lima
Estagiária* - projeto sob supervisão de Nelson Gazolla - MTb: 74.409/SP
Direção de Conteúdo - Cláudio Nicolini