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Cerca de 7% da população brasileira convive com diabetes

Perda de membros inferiores é um dos agravantes; tratamentos possibilitam intervenção imediata em casos graves

Emanuelle Cristine de Assis e Gustavo Queiroz (UNIFATEA)

Clínica-Escola
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Reprodução

O diabetes é uma doença causada pela má absorção ou produção insuficiente de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e assegura energia para o corpo. A insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-a em energia para manutenção das células do nosso organismo. O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações em múltiplos órgãos, como coração, artérias, olhos, rins e nervos. Em casos mais severos, o diabetes pode até mesmo levar à morte.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença no Brasil, o que representa 6,9% da população nacional. A melhor forma de prevenir é praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando consumo de álcool, tabaco e outras substâncias nocivas. Hábitos saudáveis evitam não apenas o diabetes, mas outras doenças crônicas, como o câncer.

No país, cerca de 90% dos diabéticos são do tipo 2, quando o corpo desenvolve resistência aos efeitos da insulina e pode ter causas hereditárias ou ligadas a hábitos de vida.

O diabetes tipo 1 ocorre pela destruição autoimune das células do pâncreas produtoras de insulina, de forma permanente. O diagnóstico ocorre, em geral, na infância ou adolescência e não está ligado a fatores hereditários.

Um dos fatores mais comuns é a perda de membros inferiores, decorrentes de problemas agravantes do diabetes. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), mais de 282 mil cirurgias de amputação de membros inferiores (pernas ou pés) foram realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) no ano passado.  Por isso, tratamentos especializados podem evitar esse tipo de problema.

Na  Clínica-Escola Ir. Irene Augusto, localizada no Vale do Paraíba, na cidade de Lorena (SP), esse tipo de tratamento é recorrente. O local, um espaço escola dos cursos de enfermagem e farmácia do Centro Universitário Teresa D’Ávila,  destaca-se como um espaço de referência especializado em estomaterapia e farmácia-clínica na região. Seu compromisso com o cuidado diferenciado atrai pacientes de diversas cidades do Vale do Paraíba e além, incluindo localidades como Aparecida, Guaratinguetá, Potim, entre outras, abordando uma ampla gama de condições de saúde, desde lesões vasculares até dermatites e incontinência fecal e urinária. 

O aumento da procura no cuidado especializado oferecido pela clínica também já foi registrado pelas enfermeiras do local. 

“O aumento significativo na procura pelos serviços da clínica reflete não apenas a sua especialização em estomaterapia e farmácia-clínica, mas também a crescente necessidade de cuidados de saúde especializados na região”, explica a coordenadora do curso de enfermagem do UNIFATEA e especialista em estomas Ana Beatriz Morita.

“Os pacientes chegam sentindo muitas dores, e até aprendem a conviver com a dor. Quando fazem o tratamento, são surpreendidos pelo resultado efetivo e agradecem. Já tivemos casos em que o paciente relatou: ‘Foi a primeira vez em mais de 10 anos que consigo dormir sem dor’”, explica Ana Beatriz Morita, enfermeira especialista em estomias.

Ela destaca que o cuidado com estomias na clínica resulta em uma cicatrização mais rápida, reduzindo o tempo necessário para a recuperação dos pacientes em até 80% em comparação aos cuidados convencionais. 

Observa-se que o que os pacientes buscam não é apenas o auxílio na prevenção e no tratamento de complicações relacionadas à diabetes, como o pé diabético, mas também contribui para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e o controle eficaz da doença. 

“Os pacientes chegam sentindo muitas dores, e até aprendem a conviver com a dor. Quando fazem o tratamento, são surpreendidos pelo resultado efetivo e agradecem. Já tivemos casos em que o paciente relatou: ‘Foi a primeira vez em mais de 10 anos que consigo dormir sem dor”, explica Ana.

Além disso, a clínica oferece serviços de farmácia-clínica, reconhecendo a importância crucial da administração correta de medicamentos para o sucesso do tratamento, em consonância com os cuidados com a ferida. O coordenador do curso de Farmácia do UNIFATEA, Dr. Bruno Guedes Fonseca, ressalta a necessidade de acompanhamento próximo aos pacientes, especialmente idosos, que muitas vezes enfrentam dificuldades na administração adequada de medicamentos prescritos. Esse acompanhamento, realizado por farmacêuticos e estudantes de farmácia, favorece a obtenção de resultados mais efetivos na farmacoterapia, principalmente para os pacientes portadores de doenças crônicas, como o diabetes e a hipertensão.