A família de Elda Mariel Aquino Fortes, vítima de feminicídio em Lorena, confirmou com exclusividade ao Jornalismo da Band Vale que o principal suspeito pelo crime está sendo transferido nesta segunda-feira (27) para a cidade. A previsão é que Luiz Guilherme Costa de Oliveira, de 22 anos, chegue na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) por volta de 13h30.
Luiz Guilherme foi preso na última semana, após uma operação policial na Grande São Paulo, 66 dias depois do crime. Ele era ex-namorado da vítima, que trabalhava como técnica de enfermagem e deixou dois filhos. A prisão de Luiz Guilherme ocorreu em Itaquaquecetuba, na manhã desta terça-feira (21). Ele é suspeito de matar Elda Mariel Aquino Fortes em março deste ano, em Lorena. A vítima foi encontrada morta em uma edícula nos fundos da casa da mãe, após ter encontrado o ex-namorado em uma balada.
Segundo a polícia, Elda teria sido morta por asfixia após um mata-leão. Os peritos identificaram que seu pescoço estava quebrado, além de ferimentos no rosto e uma grande quantidade de coágulo sanguíneo no coração. Elda já havia registrado um boletim de ocorrência contra Luiz Guilherme por ameaça, violência doméstica e perseguição em janeiro deste ano, além de possuir uma medida protetiva.
O crime
Em troca de mensagens, uma amiga mostrou preocupação e alertou Elda Mariel Aquino Fortes, que foi encontrada morta horas depois na sua casa em Lorena. “Ele tá indo encontrar você toma cuidado”, disse a amiga para a mulher, após as duas saírem de uma balada em Guaratinguetá.
Em mensagem enviada às 4h51, a amiga informou que o ex-namorado de Elda estava na porta da sua casa e pediu para que ela tomasse cuidado.
Cinco minutos depois a amiga também alertou: “Cuidado ele tá indo até você”, “Não sai com ele amiga”
A amiga ainda reforçou para que Elda a avisasse quando chegasse em casa. A última mensagem foi enviada às 5h23 e a amiga não teve resposta.
Em áudio, obtido com exclusividade pelo Jornalismo da Band Vale, Elda respondeu: “Eu acho que ele está me esperando na casa dele, pode ficar suave”.
Saber que você nunca mais vai dar um abraço em um filho seu, de 29 anos, que tinha uma vida pela frente, dói. Eu gostaria que outras mulheres não chorassem mais a morte das filhas, nem outros filhos chorassem a morte das mães. O feminicídio tem que acabar.
A mãe da vítima também relatou os meses de terror vividos com o ex-namorado da filha antes do crime:
Ele não aceitou. Ou vai ficar comigo, ou não vai ficar com ninguém. Esses últimos três meses vivemos exatamente isso, ele perseguindo, ele aqui por perto.
