A 1ª Vara Cível de Caçapava determinou o desbloqueio de valores da empresa MWL para o pagamento de salários dos trabalhadores da fábrica.
A determinação foi feita pelo juiz Rodrigo Valério Sbruzzi, nessa quarta-feira (31). Os funcionários da MWL estão desde maio sem receber qualquer remuneração e benefícios.
Conforme consta na decisão judicial, o valor total que está bloqueado é de R$ 1.647.289,81. Não foi divulgado o montante da dívida trabalhista. Hoje a empresa possui 220 funcionários, que há 119 dias estão na luta por salários.
A empresa teve os recursos bloqueados em razão dos atrasos no pagamento de aluguel do imóvel onde está localizada a fábrica de Caçapava. A área pertence à Mafersa.
A decisão judicial desta semana determina que os recursos sejam desbloqueados com urgência e transferidos para pagamento de despesas essenciais, como salários.
Em suas considerações, o juiz Rodrigo Sbruzzi afirma que a liberação da verba não deve ser usada em favor da MWL, mas para evitar a decretação da falência. A empresa está em recuperação judicial desde maio.
O pagamento dos salários e demais credores serão fiscalizados pela Justiça e pela Administradora Judicial.
Prazo para esclarecimentos
Relatos da Administradora Judicial apontam que a MWL recebeu proposta de compra da fábrica, o que poderia aumentar as perspectivas de recuperação e retomada de suas atividades.
Em razão disso, o juiz determinou que a direção da MWL se manifeste em cinco dias para esclarecer sobre a real possibilidade de se reerguer e informar qual o estágio das negociações de compra e venda.
Fábrica ocupada
Trabalhadores da MWL iniciaram, na terça-feira (30), a ocupação das instalações da fábrica por tempo indeterminado. A vigília, em sistema de revezamento, servirá para guardar máquinas e equipamentos.
Caso o pagamento dos salários não se concretize, os maquinários poderão ser vendidos para que a dívida seja quitada. A iniciativa também foi motivada por uma série de denúncias de furtos dentro das dependências da unidade, confirmado inclusive pela Administradora Judicial.
“A notícia do desbloqueio de recursos é um alívio para os trabalhadores, que estão enfrentando severas dificuldades financeiras. Mas a luta só termina quando todos estiverem com seus salários efetivamente pagos”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida.