Separado em muitos subgêneros, o metal é um marco na história da música nacional que reverbera até os tempos atuais. E o Vale do Paraíba sempre esteve presente, inclusive com diversos artistas que romperam as barreiras da RM Vale. A história da cena no Vale é vista principalmente através de depoimentos de pessoas que viveram e participaram do movimento. E tudo depende de que período você nasceu!
O Vale do Paraíba tem cena do metal?
Como todas as culturas, existe um espaço para esse gênero musical crescer aqui na região, e segue em desenvolvimento. Mas muitos dos produtores regionais têm problemas, principalmente econômicos, para estabelecer projetos. Natália de Lima é vocalista da banda Manger Cadavre? e uma das responsáveis pela produtora SocoNaFuçaFest. Na cena Metal desde 2003 diz que “Hoje a média de público está entre 100 e 300 pessoas, houve um período que torcíamos pra ter 50 cabeças. ”
Para incentivar esse crescimento, Natália explica como a produtora trabalha para deixar a cena metal mais acessível:
“Sempre chamamos bandas locais para abrir shows, para proporcionar visibilidade e trocas para as nossas bandas, damos descontos em ingressos para a galera da AJRD (associação joseense de rock doido), fazemos ingressos acessíveis, pois preferimos ganhar menos e ter uma casa cheia que cobrar mais e ter menos gente no rolê”
Bandas de metal do Vale
Manger Cadavre?
Com 13 anos de estrada, a banda de São José dos campos tem como formação atual, Natália de Lima como vocalista, Marcelo Kruszynski como baterista, Bruno Henrique como baixista e Paulo Alexandre como guitarrista.
E o sucesso não está só na região: Eles participam de diversos festivais e até fizeram turnês pela América Latina. E agora é a vez da Europa! A Band vai participar do “Obscene Extreme”, o maior festival underground do mundo, na República Tcheca. A vocalista comenta o momento da banda. “Ainda não pensamos muito sobre a tour na Europa, mas a expectativa é alta”
O trabalho mais recente do Manger Cadavre? tem foco nos problemas da sociedade, com um som baseado na mistura chamada de death crust, devido a junção de elementos de death metal ao crust punk. Intitulado “Imperialismo” demonstra o rumo e impacto que a banda deseja causar em seus ouvintes.
“As temáticas são voltadas para críticas sociais e do sistema capitalista, buscando a mudança. O último trabalho falou sobre o Imperialismo atual que ultrapassa a barreira de apenas países, mas de grandes conglomerados que atuam contra aqueles os quais eles tenham interesses econômicos.”
Apto Vulgar
Com uma discografia cheia da acidez do hardcore punk, a banda Apto Vulgar é composta pelo vocalista Bonzo, com Dorgs na guitarra, Rafael Mortao no baixo e Ascanio Andrade como baterista.
Criada em Jacareí, a Apto Vulgar está na cena há 10 anos, onde presenciou várias mudanças conforme mais pessoas se juntavam ao metal. Bonzo comenta que o pessoal mais jovem tem uma energia diferente e traz um ar revolucionário.
“Hoje podemos dizer q essa galera que ta fazendo acontecer agora, sem dúvida é a mais legal! Mais acessiva! Estão formando ótimas bandas, com ideias revolucionarias, falando sobre inclusão! Sobre as vivencias. ”
A banda é marcada pelo último álbum “Sabotagem” de 2022, mas não pense que eles estão parados: São diversos shows e participações em festivais de música, onde buscam sempre exaltar nossa região. O vocalista comenta sobre o show mais marcante:
“Rock nos Trilhos aqui em Jacareí ano passado foi memorável pra nós! Nossa cidade, nossa quebrada... amigos e família... é tinha muita gente mesmo! Essa junção de sentimentos nos conectou com as raízes! Foi especial. ”
Onde encontrar shows no Vale do Paraíba
Páginas no Instagram como a produtora SocoNaFuçaFest organizam diversos eventos para as bandas da região. Os grupos também tem as próprias páginas. Acompanhar as bandas nas redes sociais é a melhor forma para você saber quando um festival é planejado.
Por Pedro Nagasawa
Estagiário* - projeto sob a supervisão de Nelson Gazolla - MTb: 74.409/SP
Direção de Conteúdo - Cláudio Nicolini