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MPF vai apurar o apoio de siderúrgicas mineiras à repressão na ditadura militar

Há indícios de que operários eram forçados a se demitir sob a mira de metralhadoras

Isabella Alvim*

As investigações decorrem do relatório final feito pela Comissão da Verdade
As investigações decorrem do relatório final feito pela Comissão da Verdade
Reprodução

O Ministério Público Federal instaura um inquérito para apurar a colaboração da Belgo Mineira, comprada pela ArcelorMittal, e Mannesmann Vallourec na repressão política durante a ditadura militar.

Segundo as investigações da Comissão da Verdade, as siderúrgicas apoiaram política e financeiramente a ruptura institucional causada pelo golpe de 1964. Além disso, colaboraram com a repressão política exercida contra os seus próprios trabalhadores.

De acordo com o relatório, a Belgo Mineira demitiu cerca de 74 operários acusados de serem agitadores no período militar e os forçava a assinar rescisões contratuais, sob a mira de metralhadoras e humilhações.

Já na Mannesmann, os funcionários foram aprisionados, dentro da própria empresa, por serem qualificados como líderes agitadores no movimento. A automobilística Fiat também vem sendo investigada pelo MPF, há cerca de três anos.

A ArcelorMittal informa em nota que tomou conhecimento na noite desta quinta-feira da abertura de inquérito pelo MPF.

A companhia ainda não foi notificada pelas autoridades e desconhece a natureza da demanda, entretanto, esclarece que está aberta a apoiar as autoridades no processo de investigação. A empresa reforça seu respeito incondicional pelos direitos humanos. 

A Mannesmann Vallourec ainda não se posicionou sobre o caso.

*Sob supervisão de Laryssa Campos

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