Neste domingo (02), o Brasil completou 47 dias consecutivos com média móvel de óbitos por Covid-19 acima de dois mil, segundo levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa. Apesar disso, o primeiro fim de semana de maio foi novamente repleto de flagrantes de aglomerações e festas clandestinas.
Goiás
Uma boate foi interditada em Goiânia, capital de Goiás, após promover duas festas clandestinas em menos de 24 horas. Na noite da última sexta-feira (30), fiscais da prefeitura interromperam a primeira festa, com quase 470 pessoas no local.
Apesar da interdição, a boate reabriu no dia seguinte e promoveu um novo evento para 500 pessoas, a maioria sem usar máscara e compartilhando narguilés (cachimbo d’água utilizado para fumar tabaco aromatizado). O dono do estabelecimento foi conduzido à delegacia por infração sanitária.
Os fiscais ainda interromperam um baile funk clandestino com 172 pessoas em uma chácara da capital.
Rio Grande do Sul
O fim de semana também foi de trabalho árduo para as forças de segurança da capital gaúcha. Um dos casos que mais chamou a atenção foi a interdição de uma casa de festas onde havia 400 pessoas, na madrugada de sábado (01). Os proprietários foram identificados e autuados pelo descumprimento de normas de segurança sanitária, com multa que pode chegar a R$ 8.900.
Já no domingo (02), houve dispersão de aglomerações em ruas de Porto Alegre. No entanto, com um clima de verão e temperaturas acima dos 30°C, parques e praças da capital registraram um grande movimento, com muitas pessoas ignorando as recomendações de distanciamento social e uso de máscaras de proteção.
Amazonas
Mais de mil pessoas foram flagradas em bares e festas clandestinas neste fim de semana no estado do Amazonas, descumprindo decreto estadual que visa o desaceleramento do contágio pelo vírus.
No domingo (02), mais de 500 pessoas foram surpreendidas por autoridades enquanto faziam uma festa no município de Coari, interior do estado. Oitenta menores foram levados à delegacia da cidade. O promotor do evento foi preso.
É o quarto fim de semana consecutivo em que o estado que sofreu com a falta de oxigênio hospitalar em janeiro deste ano registra aglomerações.
”Impossível não enxergar o ciclo”
A âncora da BandNews FM, Sheila Magalhães, ressalta que muitas das pessoas que frequentam eventos clandestinos e não utilizam máscaras são, em sua maioria, os mesmos indivíduos contrários ao fechamento de comércios, bares e restaurantes. A jornalista diz não compreender como é possível que não se faça uma associação entre tal comportamento e o aumento no número de infecções e mortes pelo vírus, que consequentemente levam autoridades a implementar medidas restritivas mais severas. “É impossível que não consigam enxergar que esse ciclo tem tudo a ver com o comportamento individual”, destaca a apresentadora.
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