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Petrobras é alvo de investigação por reajustes nos combustíveis

Conselho Administrativo de Defesa Econômica deve analisar dados sobre a capacidade e os custos de produção de petróleo pela estatal

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, abriu um inquérito para investigar indícios de infração da ordem econômica por parte da Petrobras no mercado de combustíveis.

A investigação tem como base documentos públicos e notícias sobre os aumentos nos preços da gasolina e do diesel. O inquérito foi aberto no dia 12 de janeiro e tramita na Superintendência-Geral do órgão.

Nesta segunda-feira (17), o Cade enviou ao presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, um ofício pedindo informações sobre a capacidade e os custos de produção de petróleo pela estatal ao longo dos últimos anos, além da metodologia adotada para a formação dos preços.

O documento deve ser respondido até a próxima sexta-feira (21), sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

O Cade informou, ainda, que não compete ao órgão fiscalizar valores de serviços e produtos, mas cabe à autarquia acompanhar o funcionamento dos mercados para prevenir e identificar eventuais práticas anticompetitivas.

Em nota, a Petrobras disse que mantém o compromisso com a prática de preços em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e das variações na taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.

Ainda segundo a empresa, os preços praticados seguem a dinâmica do mercado de commodities em ambiente de livre competição e estão de acordo com a legislação.

A companhia ainda afirma que o preço de venda da Petrobras para as distribuidoras é apenas uma parcela do preço percebido pelo consumidor nas bombas.

Na semana passada, a estatal anunciou um reajuste de 4,8% no valor da gasolina e de 10,6% no preço do diesel vendido nas refinarias.

A gasolina passou de R$ 3,09 para R$ 3,24 o litro. Já o diesel, que custava R$ 3,61, agora é comercializado a R$ 3,34. A empresa afirma que os ajustes ocorrem para evitar riscos de desabastecimento.

Os últimos aumentos tinham acontecido em outubro do ano passado. Em dezembro, houve uma redução de R$ 0,10 no preço do litro da gasolina nas refinarias.

Nos postos de todo o Brasil, segundo a Agência Nacional do Petróleo, houve um aumento de 46,5% no preço médio da gasolina comum ao longo do ano passado. Já o valor do diesel cresceu 46,7% em 2021.

Desde o início do ano, os preços tanto do diesel quanto da gasolina subiram cerca de 1% nos postos.

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