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Professor negro é acusado de sequestro em SP, mas dava aula no momento do crime

Clayton Ferreira Gomes dos Santos é acusado de participar do sequestro de uma senhora de 73 anos em outubro de 2023

Isabela Mota

Um professor negro da rede estadual de ensino de São Paulo foi preso acusado de roubos e sequestros, mas a escola em que ele dá aula em Iguape, no interior do Estado, afirma que ele estava trabalhando no momento do crime. 

Clayton Ferreira Gomes dos Santos é acusado de participar do sequestro de uma senhora de 73 anos em outubro de 2023. A senhora foi abordada por duas mulheres e um homem, que a levaram a um banco e a obrigaram a sacar R$ 11 mil. 

Cleiton foi convocado para a delegacia para prestar esclarecimentos na última terça-feira (16). O professor, inclusive, achou que o pedido era para esclarecer um furto de celular que havia sofrido. Ao se apresentar, foi preso sob a alegação de que havia sido reconhecido pela vítima. 

 A direção da escola onde ele trabalha emitiu um documento falando que Cleiton estava assim na escola no momento em que esse crime teria sido teria ocorrido e que não teria como ele ser o autor desse crime.

Habeas corpus

Clayton ficou a noite na prisão. Após passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (17), no Fórum Criminal da Barra Funda, seus advogados pediram que ele respondesse a acusação em liberdade. O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou o pedido.

A defesa apontou que manter Clayton preso era excessivo e apontaram que ele tem ocupação, residência fixa e é réu primário. O desembargador concedeu o habeas corpus por entender que “tudo indica" que estava ocorrendo constrangimento ilegal do professor.

Na decisão, o magistrado também ressaltou que Clayton foi detido só cinco meses depois da expedição do mandado de prisão, em novembro do ano passado, por não morar perto de onde ocorreu o crime. Destacou ainda que a única informação que indicava que ele era o autor do crime é o reconhecimento fotográfico pela vítima.

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