Erika de Souza Vieira Nunes foi presa em flagrante nesta terça-feira (16), após levar o cadáver de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, em uma cadeira de rodas para sacar um empréstimo em uma agência bancária.
A mulher responde por furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Este é um crime contra o respeito aos mortos, previsto no artigo 212 do Código Penal Brasileiro, e prevê de um a três anos de detenção e multa. Já o furto mediante fraude prevê reclusão de 2 a 8 anos, além de multa.
Erika está detida no presídio de Benfica, no Rio de Janeiro, e não tem a possibilidade de pagar fiança. O caso aconteceu em Bangu, na Zona Oeste da capital carioca, na segunda-feira (15) e foi gravado por uma das funcionárias do banco.
Em depoimento para Polícia Militar, Erika declarou que era afilhada e cuidadora de Paulo, e que não sabia que ele estava morto. Documentos, no então, apontam que a mulher seria prima do idoso.
Segundo o relato de Erika às autoridades, seu tio fez empréstimo de R$ 17 mil no dia 25 de março e ela o levou na segunda-feira (15) para sacar a quantia, a pedido dele. A Polícia Civil investiga se Erika tem envolvimento no óbito e se teve ajuda.
Causa da morte
- Laudo preliminar do IML aponta que Paulo morreu de falência cardíaca e broncoaspiração, mas exames complementares foram pedidos.
- Os peritos não souberam determinar se o óbito ocorreu antes ou depois da chegada ao banco
- O SAMU constatou a presença de livor cadavérico na parte de trás da nuca do homem.
- O livor é um tipo de mancha que surge em mortos por conta da falta de circulação e sangue parado.
- Segundo investigadores, o local da marca pode indicar que Paulo morreu deitado.
- Segundo o delegado responsável pelo caso, exames preliminares apontam que Paulo Roberto Braga já estava morto há pelo menos duas horas.
Passeio no shopping
A agência que Erika levou Paulo ficava num shopping da zona oeste. Depois de desembarcar no local e colocar o tio na cadeira de rodas, Erika se aproxima de um quiosque, senta em uma das mesas e mexe em sua bolsa.
Por um período, ela levanta e deixa o idoso no local. Ao retornar, ela empurra a cadeira de rodas até a agência. Durante o percurso, ele permanece imóvel e com a cabeça tombada para o lado. A mulher, então, se dirige à agência.
Defesa
Em entrevista à Agência Brasil, a advogada de Erika, Ana Carla de Souza Correa, afirma que o homem estava vivo quando chegou ao banco, e que sua cliente se encontrava em estado emocional abalado e sob efeito de remédios.
“É uma senhora idônea, que tem uma filha especial que precisa dela. Sempre cuidou com todo o carinho do Seu Paulo. Tudo será esclarecido e acreditamos na inocência da senhora Erika”, disse a advogada. “Existem testemunhas que no momento oportuno serão ouvidas”.