Os produtores de gado argentinos decidiram entrar em greve após o presidente da Argentina, Alberto Fernandez, anunciar no último dia 17 de maio a suspensão da exportação da carne bovina.
Conforme a categoria, a paralisação deve durar nove dias, mas um desabastecimento imediato não deve ocorrer, já que os frigoríficos e açougues têm estoques acumulados.
"Lockdown da vaca" foi o nome dado pelo setor agropecuário após o governo anunciar a medida que busca reduzir os preços da carne bovina internamente, depois de um aumento de 65,3% em abril, na comparação com o mesmo mês de 2020.
Com o aumento do valor da carne, o governo decidiu intervir com novas medidas para que o setor continue funcionando, mas evitando as práticas especulativas e a sonegação fiscal no comércio exterior.
Conforme as medidas são implementadas, o governo afirmou que as exportações de carne bovina seriam “limitadas por 30 dias.”
A pandemia agravou o cenário de recessão econômica e pobreza na argentina que chega na taxa de 42%. E o aumento da carne gera desconforto no país.
O diretor da Sociedade Rural de San Antonio de Areco, na província de Buenos Aires, Martín Sturla se manifestou sobre a greve e as taxações do governo. Segundo ele "o problema não é a carne, a carne é mais um sintoma (...). Temos a maior taxa de inflação do mundo, depois da Venezuela, e tentam tapar o sol com a peneira".
O setor produtor de grãos na Argentina também entrou em greve no dia 19 para solicitar a vacinação dos portuários contra a Covid-19.
O setor da agropecuária no Brasil está de olho na situação, uma vez que os brasileiros disputam mercados no exterior com os argentinos. A previsão é que aumente o interesse do produto brasileiro no cenário internacional.