Americanas adia divulgação de resultados do segundo trimestre

Empresa alega estar analisando demonstrações de exercícios anteriores

Por João Videira (sob supervisão)

Americanas adia divulgação de resultados do segundo trimestre
Fachada de unidade das Lojas Americanas
Sergio Moraes/Reuters

Marcada para a próxima quinta-feira (10), a divulgação dos resultados financeiros da Americanas do segundo trimestre de 2023 será adiada pela companhia.

Essa não é a primeira vez que a empresa adia o anúncio de seus resultados. A empresa já modificou a entrega de outros números como o balanço de 2022 - a melhor estimativa da companhia é de poder divulgar tais informações até o dia 31 de agosto. Em maio deste ano, a varejista ainda comunicou que iria atrasar a publicação dos dados relativos ao primeiro trimestre. Ainda não há previsão de torná-los públicos.

Ao mercado, a empresa disse que adiamento ocorre diante a necessidade da conclusão dos trabalhos de revisão. Segundo a companhia, os assessores e auditores independentes estão analisando as demonstrações financeiras de exercícios errados, inclusive do exercício social de 2022, e os efeitos das fraudes divulgadas no início do ano.  

Ainda de acordo com a varejista, os trabalhos ocorrem em paralelo à apuração acerca das circunstâncias que ocasionaram o escândalo contábil, conduzidas por um comitê independente, cujos trabalhos permanecem em curso.

O escândalo na varejista veio à tona no início de janeiro, quando a empresa comunicou ao mercado "inconsistências contábeis" da ordem de R$ 20 bilhões.  

Segundo um relatório preliminar, a fraude inflou o resultado da empresa em R$ 25,3 bilhões e, assim, a dívida financeira bruta foi reduzida em R$ 20 bilhões.  

A antiga gestão da empresa ainda é acusada de maquiar valores de financiamentos estimados em R$ 18,4 bilhões em operações de risco sacado e R$ 2,2 bilhões em financiamento de capital de giro. Ainda é apurada a criação de contratos fictícios visando a melhora dos resultados da varejista.

A Americanas é alvo de investigações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e de uma CPI na Câmara dos Deputados.  

Nesta semana, na terça-feira (1°), a comissão parlamentar deveria ouvir Miguel Gutierrez, acusado de operar o esquema ao lado de outros executivos. No entanto, Gutierrez apresentou um atestado e adiou sua participação.

Mais notícias

Carregar mais